O capitão Rivaldo era o meu chefe na central de vídeo da PM5 (relações públicas) quando iniciamos nossa parceria musical. Eu o conhecia das rodas de samba que eu participava na Associação Desportiva Polícia Militar (ADPM) ou no barzinho do capitão Ernesto, na Zona Norte da cidade. Embora ele não fosse sambista, não podia ver uma reunião de pessoas fazendo um som que se aproximava. Assim, quando veio ser meu chefe, já nos conhecíamos, embora não tivéssemos amizade.
Trabalhando juntos, os momentos de tocarmos um violão no final do trabalho começaram ser freqüentes.
Em um sábado à tarde liguei para casa dele e sugeri compormos uma canção que falasse da PM, sem que fosse em ritmo de marcha.
Na segunda–feira à noite nos encontramos na Rua Afonso Pena, Nº 45, no Bom Retiro. Eu estava de férias e cuidava de um bar e restaurante que havia arrendado nesse endereço, que ficava ao lado do QCG. Ele chegou com o papel que havia escrito a letra. Sequer passou a limpo. Então, fomos para uma mesa que ficava num canto e comecei musicar a letra. Parecia já existir aquela melodia com aquela letra, tamanha a naturalidade que ela veio.
Tempos depois fizemos o “Rap da PM” e depois “Mulher Policial”.
Fui fazer um vídeo para a polícia feminina e decidi que deveria ter uma música para elas. Liguei para o meu parceiro e fiz a encomenda. Mas tinha que ser logo, por causa do prazo curto. Então ele fez de bate - pronto. Horas depois recebi sua ligação de volta. Tenho até hoje a fita gravada com a voz dele me passando a letra.
Em 1998 resolvi gravar um CD com canções que retratassem a rotina policial. Preparei o projeto, coloquei o título de todas as músicas e os temas e comecei compor as canções. Num dado momento, descobri que seria muito mais interessante se tivesse um parceiro. Logo o Rivaldo já estava comigo nessa empreitada.
Ficamos dois anos gravando o CD. Em 2000 fizemos o lançamento. Foi um sucesso. Novidade no mercado. Fomos notícia em mais de 80 órgãos de imprensa.
Com a passagem para a inatividade, meu parceiro preferiu encerrar sua participação no projeto.
Nos atentados aos EUA em 2001 fiz a canção “Busque a Paz” e me apresentei em dois eventos em homenagem aos policiais e bombeiros mortos naquele acontecimento. Dei início então a carreira solo.
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