sábado, 31 de dezembro de 2011

O Rio de Janeiro continua lindo

Policiais da Unidade de Polícia Pacificadora da Mangueira

Coronéis Frederico e Costa Filho e o Tenente Disraeli

Cheguei ao Rio de Janeiro no dia em que acontecia a ocupação da Rocinha. Passei toda a madrugada de sábado, dia 12 de novembro, para domingo vendo os preparativos que antecederam a entrada da polícia no território outrora ocupado por traficantes.

Na visita ao Quartel do Comando Geral fa Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – PMERJ - fui recebido pelo Cel Frederico Caldas, relações públicas, que providenciou todas as condições para minhas visitações, além de dar várias sugestões.

Conversei com o Tenente Disraeli, responsável pela prisão do traficante Nem, cuja imagem foi repetidamente divulgada na mídia por ter recusado grande valor em dinheiro, oferecido pelos marginais para a liberação do chefe do tráfico.

O policial contou em detalhes toda a operação, as dificuldades, o clima de tensão e o desfecho da ocorrência. Também disse o motivo pelo qual recusou a propina: sua formação famíliar.

Estive no Morro Mangueira, onde funciona uma das mais antigas Unidades de Polícia Pacificadora – UPP, do Rio de Janeiro.

Percorri toda a cidade, inclusive os pontos turísticos, acompanhando o excelente trabalho realizado pelo Batalhão de Turismo, onde percebi a paixão dos policiais militares daquela modalidade de policiamento pelo seu Estado.

Chamou-me a atenção a recusa de muitos policiais em ser fotografado. Ao indagar, descobri que muitos temem a exposição de suas imagens, devido morarem em locais próximos a comunidades perigosas.

Viajei a Angra dos Reis e depois para Rio Claro, onde estive com o Capitão Seixas, comandante da 4ª Companhia do 33º Batalhão de Polícia Militar. Lá observei o dinamismo do jovem Oficial dedicando-se em oferecer um bom trabalho à comunidade.

Antes de finalizar o projeto, retornei ao Rio de Janeiro no dia 23, para o último compromisso que seria no dia seguinte com o Comandante Geral da PMERJ, Cel Costa Filho, chamado pelos seus subordinados de “Lula carioca” em razão do seu carisma com a tropa. Como ele me recebeu no mesmo dia, tive tempo ainda para fazer mais uma visita; então fui ao Batalhão de Operações Especiais - BOPE.

Foi lá que vi todos os procedimentos de segurança serem observados antes que eu entrasse à Unidade, embora estivesse com um PM das Relações Públicas e ambos identificados. Atitude louvável, já que em outros batalhões não constatei a mesma preocupação.

Após treze meses e nove dias de viagens percorrendo cerca de 45.500 KM por 27 Estados, retornei para São Paulo por volta das 15h00 e fui recebido em festa por meus familiares, numa comemoração dupla, pelo término do Projeto Polícias Militares do Brasil e pelo meu aniversário.



Policiamento atuante em comunidades e pontos turísticos

PMs na Rocinha, Cap Seixas e sua equipe e minha visita ao BOPE

De volta a São Paulo: Missão cumprida

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Espírito Santo: Respeito à dignidade

Cabo Manente, segundo informou, é o 1º PM que assume união homoafetiva

Policiais que trabalham no Quartel do Comando Geral

Cheguei a Vitória no sábado à noite, dia 5/11, após uma maravilhosa viagem de trem, vindo de Belo Horizonte.

Descansei no domingo. Na segunda iniciei as visitas pelo Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo.

Conversei com várias pessoas. Uma delas, o Subtenente Bendinelli, que, além das suas atividades no setor administrativo, é voluntário para exercer o diaconato no serviço de assistência religiosa da PMES.

Ele faz visitas às famílias, celebrações, batizados, casamentos, bênçãos, participações nos aniversários dos batalhões, fazendo na prática tudo o que um Capelão faria, porém sem a nomeação, em razão de ser cargo de presbíteros, no caso, os padres. Para tal recebeu uma provisão do Arcebispo Militar do Brasil.

Mestre em Teologia e fazendo o doutorado na PUC do Rio de Janeiro, Bendinelli não recebe nenhum benefício da corporação pelo trabalho religioso que executa.

Estive em Cachoeiro de Itapemirim/ES e lá visitei a casa na qual o cantor Roberto Carlos morou em sua infância.

Depois fui ao batalhão da PM na cidade, onde conheci um grande comandante, o Tenente Coronel Guedes, não apenas pela sua estatura de 1,97, mas também pela qualidade do serviço que tem desenvolvido. Tem cuidado com zelo da segurança de sua cidade natal e dos policiais sob seu comando. Comprovei isto visitando uma sala que ele preparou para acomodar os Cabos e Soldados com mesa e cadeiras, geladeira, forno micro-ondas, sofá, TV digital, computador com acesso a internet e ar condicionado.

De volta a Vitória, fui saber um pouco da história do Cabo Manente, policial que teve recentemente reconhecida a sua união homoafetiva.

Embora haja controvérsias quanto a aceitação do público militar sobre a sua condição homossexual ter sido divulgada associando ao seu trabalho - já que Manente oficializou a sua união trajando a farda da PM capixaba - o Estado portou-se com respeito à dignidade humana do policial, ainda que o direito tenha sido garantido na justiça.


Cabo Ayrton, me acompanhou nas viagens a Guarapari e Cachoeiro do Itapemirim

Subtenente Bendinelli

Soldado Larissa e Tenente Libardi

Excelente recepção dos companheiros capixabas

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A desconfiança mineira




Capitão Warley, da Comunicação Social

Cabo Aurélio e Ten Coronel Alex

Cheguei a Belo Horizonte no domingo, dia 30 /10, após uma noite de viagem, vindo de Caldas Novas/GO.

Diferente da maioria dos lugares por onde estive, embora muito bem recebido, tive uma recepção formal.

Na visita a Cidade Administrativa, onde fica o Comandante Geral e seu Estado Maior, fui recebido pelo Capitão Warley, da PM5, que atenciosamente me mostrou cada Seção, exibiu alguns vídeos institucionais e me forneceu impressos de divulgação institucional. Também agendou visitas para eu ir as Unidades.

Sobre a minha solicitação de fotografar o comandante, apenas recebi a notícia, sem nenhuma explicação, que não seria possível.

Nos dias a seguir, aproveitei para conversar com diversos policiais que fui encontrando pelo caminho para saber mais sobre o cotidiano da PM mineira.

Na quinta-feira pela manhã estive no 5º Batalhão. Lá conversei demoradamente com o Cabo Aurélio, da Comunicação Social, que acabou sendo o personagem principal da minha visita, em razão da sua desenvoltura para falar sobre o cotidiano do quartel.

De boa conversa e emendando um assunto no outro, Aurélio me ajudou entender um pouco da recepção que tive: “O mineiro sempre foi desconfiado”, disse.

No Batalhão de Polícia de Eventos, conversei com o comandante da Unidade, Tenente Coronel Alex, que me prestou um atendimento diferenciado, com boa explanação dos seus estudos e pesquisas de polícia, demonstrando excelente preparo para exercer o seu trabalho.

Agradecido pelas hospedagens nos hotéis de trânsito dos clubes dos Oficiais e dos Cabos e Soldados, segui de trem, no dia 5/11, 07h00, para Vitória/ES.

Policiais mineiros
Seguindo de trem para Vitória/ES


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

PMGO: Vivendo a transição



Comunicação Social da PMGO: Alto nível intelectual

A chegada a Goiás, no dia 24 de outubro, foi cercada de expectativas da minha parte, por ser a única Capital do país que ainda não conhecia. Também por ter um grande amigo, o Soldado Robson Niedson, e por ter recebido uma comenda da PM Goiana em razão do trabalho musical que realizo.

Já tinha muitas informações da corporação por utilizarem com muita qualidade a internet. Aliás, foi pela internet que recebi uma mensagem imperativa - no Facebook - de um policial goiano: “Você tem que conhecer o Pé na Cova”. E de outro: “Tem que passar pelo Entorno de Brasília”. Essa eu não atendi em razão de já estar em Goiânia e ter que retornar para conhecer o Entorno, mas confesso que lamentei, pois gostaria de ter ido lá, já que soube que a realidade  que vivem naquela região é bem precária. Mas o “Pé na Cova”, em razão da distância, conheci.

Policial Militar, preparando-se para aposentar, o Sargento Edson, que sobre o apelido explicou apenas que “todo mundo tem um apelido”, é para alguns, conforme li num comentário também na internet, uma “lenda viva”.

Inteligente, bem articulado, com firmeza e clareza nas palavras e irônico em alguns momentos, relatou sua trajetória na PM como “policial de rua”, trabalhando na ROTAM (Ronda Ostensiva Tática Metropolitana).

Sem entrar em detalhes das ocorrências, mas sempre enfatizando a legalidade das ações, disse que viveu ao longo dos anos a experiência de diversos confrontos com marginais, resultando vítimas fatais.

Também mostrou as armas que utiliza e falou da sua vida pessoal e o fracasso na vida sentimental.

Outra entrevista que também pode ser considerada polêmica foi com o Subtenente Theodoro, que trabalha na Guarda do 1º Batalhão e que nas horas de folga é cantor de rap.

Com discurso semelhante aos utilizados pelos “manos” e com o corpo cheio de tatuagens, Theodoro foge do biótipo do policial para assemelhar-se ao movimento Hip Hop. Chegou a emocionar-se ao falar da periferia, onde vive até hoje.

Contudo, o que ficou evidenciado em Goiás é a transição em que vive a corporação com a filosofia de polícia comunitária e o respeito aos diretos humanos.

O ingresso exige a graduação em curso superior e hoje grande parte do efetivo tem um alto nível intelectual, encontrando inclusive quem tenha até três pós graduações.

Constatei essa realidade na visita que fiz ao setor de Comunicação Social, onde o perfil era bem elevado. Exemplo disso é o Soldado Ricardo Santos, de 27 anos, que além de sociólogo, cientista político e antropólogo é acadêmico de direito e fluente nas línguas inglesa e francesa.

Constatei também que o Estado tem cerca de seis colégios militares com ótimo desempenho.
A Fundação Tiradentes, mantida com a mensalidade dos PMs, oferece uma excelente academia de fitness, com equipamentos modernos e orientação de professores.

Percebi o esforço da corporação com o intuito de recuperar a auto-estima da tropa, abalada recentemente com a prisão de diversos policiais, na operação “6º Mandamento”, que é o “Não Matarás”, da Polícia Federal. Também em solidificar a credibilidade junto à sociedade dando as respostas devidas a opinião pública, conforme disse o Tenente Coronel Alvez, assessor de comunicação social:  “Se nós queremos conquistar um espaço devemos ganhar a confiança daquele a quem o nosso trabalho é prestado; e só se ganha confiança com transparência”.

Pra finalizar tive uma conversa com o comandante da Academia de Polícia Militar, que me falou sobre aquela instituição de ensino e um pouco da sua vida pessoal e de suas paixões. Uma delas o violão que, atendendo o meu pedido, pegou e tocou uma canção do Zé Ramalho, um de seus artistas favoritos.

Depois segui para Rio Quente e fiquei hospedado no confortável Hotel Águas da Serra, local onde pude recuperar minhas energias, após 12 meses de viagens pelo país. Foram apenas duas noites, mas saí de lá renovado.

No dia 29, fui para Caldas Novas, onde tem a sede do 26º Batalhão e lá fui recebido pelo Major Silveira, subcomandante da Unidade, que, embora fosse um sábado, fez questão de comparecer ao quartel para apresentar o bom trabalho que realizam naquele local.

No início da noite, as 19h30, viajei para Belo Horizonte. 

Cel Nonato, Comandante Geral da PM de Goiás

Sargento Edson: "Pé na Cova"

Policiais de Caldas Novas: 26º Batalhão

Comandante da Academia de Oficiais: Fã de Zé Ramalho

Subtenente Theodoro: Rapper

Soldado Robson Niedson: Referência nacional na blogosfera policial

Apoio Cultural: 

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Brasília: Vale quanto pesa

PMDF tem boa frota

PM H. Gomes do BOPE

Após viajar a noite toda, vindo de Palmas/TO, cheguei pela manhã a Brasília, na quinta-feira, dia20 de outubro de 2011.

Além da beleza arquitetônica da cidade, causou-me também boa impressão a Polícia Militar.

Acompanhado do Capitão Cassios, da Comunicação Social, visitei alguns quartéis próximos ao Comando Geral, além de receber informações sobre a filosofia de trabalho - ainda em implantação, mas já dando mostra da sua eficiência - do setor que ele trabalha.

Conheci também o local aonde os PMs do Distrito Federal fazem suas refeições. Um amplo restaurante, administrado pela CABE (Caixa Beneficente da PMDF), com excelente qualidade e agregando todo efetivo, mediante justo pagamento. Vi com curiosidade a quantidade de empresas ao redor do restaurante oferecendo empréstimos e investimentos aos policiais. Brinquei com o Capitão Cássio, dizendo que era em razão do bom salário da PMDF e ele disse sorrindo: “Que nada, é porque o “guarda” está quebrado”.

Observei que todos PMs estavam bem uniformizados, não apenas por serem fardas novas, mas também pela boa confecção.

Chamou à atenção a quantidade de veículos disponíveis. Até o Grupo de Teatro tinha viatura própria e caracterizada.

No policiamento, encontrei o Tenente Landgraf, que comentou sobre a exigência da população de Brasília, que requer um policial melhor qualificado.

Acompanhei em Sobradinho a passagem de comando do 13º Batalhão, assumido pelo Tenente Coronel Ropper, que em virtude do tempo aconteceu dentro de um salão.

No último compromisso, fui recebido pelo Coronel Rosback, comandante geral da PMDF e depois segui para Goiás.

Ten Landgraf e SD Renato - Cap Cassios - Soldados Saraiva e Singer

Cel  Rosback, Cmt Geral da PMDF

Soldado Lopes Silva, da Academia de Polícia Militar 
PMs da Comunicação Social: trajes civis e Vtr descaracterizada 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Tocando em Tocantins

Banda de Música da PMTO: Subtenentes

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Policiais Militares de serviço no Terminal Rodoviário de Palmas

Após viagem que iniciou no sábado, dia 15/10, às três da tarde, em Macapá, chegando uma hora depois ao aeroporto de Belém/PA, segui de ônibus às 23h59 para Araguaína/TO e no domingo as 13h30 chegava ao 21º Estado visitado no Projeto Polícias Militares do Brasil.

Na segunda-feira pela manhã fui ao 2º Batalhão, conversei com alguns companheiros e também com o comandante da Unidade, Tenente Coronel Carlos.

Meia noite segui para Palmas aonde cheguei na manhã da terça-feira.

Fui para o Quartel do Comando Geral e lá conversei com o Coronel PM Gadelha, Subcomandante da PM, que habitualmente chamam de “CHEM”, que significa Chefe do Estado Maior.

De boa conversa e demonstrando muito conhecimento sobre a história do Estado do Tocantins, nas questões política e econômica, o Coronel Gadelha tem uma particularidade, foi Aspirante do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva - CPOR, depois ingressou na PM do Rio Grande do Norte, onde também foi Aspirante, e com a criação do novo Estado, decidiu vir para o Tocantins, onde reiniciou a sua carreira, chegando ao status atual.

No dia seguinte visitei a Banda de Música da PMTO. Lá descobri duas curiosidades. A primeira, exceto os maestros, todos os músicos são Subtenentes.

A outra foi conhecer a família Dourado, de oito irmãos, todos músicos, dos quais cinco resolveram prestar concurso para a Banda de Música e foram aprovados.

Para finalizar, por volta das 16h00 visitei o Comandante Geral, Coronel Marielton e duas hora depois já estava no ônibus, rumo a Brasília.



Policiais Militares de Araguaína/TO

Ten Cel Carlos, Comandante do Batalhão de Araguaína/TO

Cel Gadelha, Chefe do Estado Maior

Família Dourado

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Amapá: Cheguei ao Oiapoque


No Oiapoque/AP


Policiais Militares do Batalhão do Oiapoque


Sargentos Alcilandra e Odila e Capitão Vânia

Eram 13h50 da segunda-feira, dia 10 de outubro, quando cheguei ao aeroporto de Macapá. Aguardando-me estava a jornalista Neca Machado que me fez uma breve apresentação da cidade e seguimos para o Centro Integrado de Operações e Defesa Social (Ciods) onde conversei com o coordenador Tenente Coronel Silva.
Por volta das 19h00 fui ao Oiapoque, numa viagem desconfortável, em razão da péssima qualidade do ônibus, aonde cheguei as 05h30. Acomodei-me num hotel e dormi até o meio dia.
A tarde visitei o 12º Batalhão, conversei com alguns policiais e depois fui conhecer a cidade.
Na manhã seguinte aproveitei o fato de estar na fronteira e utilizei-me de uma pequena embarcação conhecida como Catraia, ao custo de R$ 20,00, ida e volta, e fui até a Guiana Francesa.
Por volta do meio dia, de volta ao Oiapoque, segui para Macapá, numa viagem que foi mais agradável, por ser outra empresa e durante o dia, que permitiu ver cerca de 65 pontes que existem no trajeto e algumas aldeias indígenas próximas aos rios.
Na Capital, visitei o Comandante Geral da PM do Amapá, Coronel Rezende, que me presenteou a sua gandola para a exposição de fardas que será realizada no final do projeto.
Também visitei algumas seções do Quartel do Comando Geral e estive no 2º Batalhão, acompanhado da Sargento Alcilandra.
Em razão de um mal estar físico, permaneci em repouso no hotel até o momento do retorno, no sábado, 15h00.

Entrevistando o Ten Cel Silva do CIODs



Cel Rezende, Cmt Geral da PM do Amapá


Ten Cel Furtado, do PROERD

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A fé que move o Pará move a PM

Cel Solano leva a Santa para a berlinda

PMs do 8º Batalhão, Soure, Ilha de Marajó

Programei a minha chegada ao Pará exatamente para coincidir com dois grandes eventos religiosos: O Congresso da União dos Militares Cristãos Evangélicos do Brasil (UMCEB) e o Círio de Nazaré.

Na sexta, dia 30 de setembro, as 23h10, cheguei a Belém, recepcionado pelo professor Sérgio Franco e Marcos Carvalho.

Cansado da viagem, que havia começado no dia anterior em Rio Branco, no Acre, com a permanência durante o dia em Porto Velho, Rondônia, fui direto a um hotel na região comerciária da cidade e dormi. O cansaço era tanto que não me recordo se jantei naquela noite.

Ao amanhecer me orientei como chegaria a Igreja Evangélica Assembléia de Deus, que recentemente comemorou o seu centenário de fundação e de onde se iniciou a denominação no país, e segui para lá.

Com o tema “Porque, se a trombeta der o sonido incerto, quem se preparará para a batalha?” (1 Conríntios 14:8), militares de todo Brasil participaram de palestras e cultos entre os dias 29/9 e 2/10, com o objetivo de fortalecer a espiritualidade e propagarem a fé cristã.

Das caravanas vindas de outros Estados, a de São Paulo, organizada pelos PMs de Cristo, era uma das maiores, com cerca de 160 pessoas. “Além de permitir uma confraternização entre 5 mil militares cristãos do Brasil, o congresso permite o compartilhamento e a troca de experiências de boas práticas e de temas que envolvem diretamente a família policial, como suicídio, estresse, violência, questões familiares...”, comentou o Capitão Joel Rocha, presidente da entidade paulista. “Deus está usando as Polícias Militares e as Forças Armadas para mobilização da igreja cristã evangélica no Brasil para oração pela nação”, completou o Tenente Coronel Terra, o vice-presidente.

Na segunda-feira, dia 3, estive no Quartel do Comando Geral e recebi informações sobre a PM paraense do major Carmo, assessor de Comunicação Social.

Por volta das 16h40 fui recebido pelo Comandante Geral, Coronel Solano, que almoçava naquele momento. “Me desculpe aí, mas só agora estou conseguindo almoçar”. Também disse duas frases que mostram um pouco a sua forma de comandar. “A fome passa, eu sei que não é correto, por uma questão de saúde, mas a preocupação maior é com a saúde da população”. “Eu não vou cobrar nada de ninguém enquanto eu não entender que o que eu tenho que fazer como dever de casa não foi feito. Porque, se eu fizer o dever de casa não vou precisar cobrar nada de ninguém”.

Na quarta-feira, dia 5, segui para Soure, na Ilha de Marajó, e lá fui conhecer o policiamento com búfalos realizado pelo 8º Batalhão, desde 1992. O animal foi escolhido pelo maior poder de tração para se locomover em região pantaneira. Constatei isso na demonstração que fizeram os Cabos Vitelli e Cassiano.

De volta a Belém, na sexta-feira, dia 7, acordei cedo para acompanhar a romaria do 29º Cirio da Polícia Militar do Pará.

Foi celebrada a Santa Missa, às 7h30, no Santuário de Fátima, pelo Capelão da PM, Coronel Eloi Wayth e depois os fiéis seguiram um percurso de cerca de 8Km em direção ao Quartel do Comando Geral.

No trajeto, muitas pessoas enfeitaram suas casas, teve queima de fogos, cantorias, homenagens emocionadas, numa demonstração de fé que nem o sol e o forte calor conseguiram desmotivar os participantes.

O Coronel Solano, devoto da santa, acompanhou toda a procissão, que finalizou por volta das 11h00.

“O PM não é só o homem que atua na segurança, mas, sobretudo o homem que é família; um homem de fé e de oração”, Concluiu o Padre Elói.

Seguindo para o Amapá, ainda no aeroporto de Belém, encontrei o Coronel Mascarenhas, ex-Comandante geral da PM da Bahia, que veio à cidade para participar do Círio. Ele estava acompanhado do Coronel Vieira, ex-Comandante Geral da PM do Pará e ex-presidente do Conselho Nacional de Comandantes Gerais. “Vim agradecer a Nossa Senhora de Nazaré pelo comando que nós fizemos na Polícia Militar da Bahia”, disse o Coronel Mascarenhas.

Segui viagem com uma certeza: a fé que move o Pará também move os policiais militares.

Cel Solano, Comandante Geral da PM do Pará

Padre Elói, Cel Capelão da PMPA

Romaria com muita fé e emoção

Congresso reuniu militares evangélicos de todo o Brasil

Capitão Joel e Coronel Terra, dos PMs de Cristo

Policiamento com búfalos é a atração na Ilha de Marajó

Coronéis Mascarenhas e Vieira: encontro no aeroporto