quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sargento Lago na rádio Difusora de Jundiaí/SP

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Covardes não pagam



Sempre me propus a bancar minhas opiniões, posturas, atividades, comportamentos etc.


Essa satisfação de ser tem um custo embutido. Quando você se expõe, fica suscetível as críticas. Por este motivo, muitas pessoas preferem o anonimato, pois, é a forma - sem ônus - que elas têm para dizerem tudo o que pensam.


Em outras palavras, o anonimato é a forma de expressão dos covardes.


Tenho visto muita gente optando por esse comportamento, que, diga-se de passagem, não colabora em nada para a evolução da espécie humana.


Tenho postado vídeos no youtube da minha atividade de cantor e até a data de hoje os clipes “PM Boa de Bola” já foi assistido por 39.069 pessoas; “Somos a Polícia Militar” por 21.042 e “Sendo Você” por 17.987.


Muitos comentários elogiosos já foram escritos sobre eles. Mas tem uma minoria que está usando a oportunidade de “ser ninguém” para escrever absurdos.

Esse negócio de anonimato me incomoda tanto que já falei sobre isso aqui, anteriormente.


Eu sei que o argumento do “anônimo” é porque poderá haver represália, mas, se tivermos medo dela, tudo perde o sentido. Enquanto as pessoas ficarem cochichando pelos cantos que não gostam da atitude de uma determinada pessoa, seja ela quem for, não verá a postura do alvo das críticas ser mudada. Mas, a partir do momento que alguém chega à frente dela e diz olho no olho que tal situação não está agradando o coletivo a possibilidade de mudança passa a existir.


Quem me conhece sabe do que já fui capaz de dizer – com todas as letras – às pessoas que convivi e adotaram posturas que contrariavam o bom senso. Claro que fazia isso sempre embasado nas regras do jogo, pra não dar chance de me pegarem. Mas, como disse, sempre arrumavam um jeito. Por isso deixei de ganhar alguns benefícios que já eram dados como certo. Certa vez cheguei a ser notificado de que receberia uma medalha, mas ela nunca veio. Também não me chamaram para cantar em eventos que caberiam perfeitamente a apresentação das minhas músicas. Entre outras coisas... Ainda assim não me arrependo de ter adotado essa postura. Pois sei que agradei uma maioria de gente decente, leal, honrada, que preza a decência e não se esconde atrás da covardia para puxar tapetes.


Estou transigindo cada vez menos, pois não quero a vida medíocre dos que não se assumem. E esse preço os covardes não pagam.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Ensino vira caso de polícia

Eles deveriam confraternizar-se nas horas vagas, como é comum entre os alunos nos intervalos das aulas, mas estavam engalfinhados e se agredindo por motivos débeis. Era esse o quadro de uma escola no Belenzinho, Zona Leste da cidade, quando a PM foi solicitada, ontem pela manhã.

Além das agressões, também quebraram objetos e dependências daquele estabelecimento de ensino, numa selvageria injustificável.

Na reportagem da TV, os “anjinhos”, reclamavam da direção da escola por ter solicitado o apoio da PM que, segundo eles, andou distribuindo uns safanões. Diziam que era um assunto para ser tratado com os pais. Depois, algumas mães também deram entrevista, e foram unânimes em dizer que não era caso de polícia. Uma, inclusive, fez o maior drama, colocando seu filho como vítima das instituições de ensino e policial.

Confesso que fiquei muito indignado com aquelas mães. Ficou bem claro pra mim que elas têm responsabilidade direta naquela má atitude de seus filhos, por serem demasiadamente permissivas. Além de não ensinar boas maneiras, também endossam seus comportamentos anti-sociais.

Ainda estava na frente da TV, e não tinha conseguido digerir a notícia que acabara de ver, quando a minha esposa chegou do trabalho. Ela é coordenadora de uma escola municipal. Ainda fechando a porta, me deu a notícia de que havia sido ameaçada. Uma aluna, que se comportava mal, não gostou de sua intervenção e reuniu algumas colegas na porta da escola para agredi-la. Para sair, teve que pedir apoio da Polícia Militar.

Não me vejo em condições de discutir o ensino no país, mas, como policial posso falar de segurança e, sem dúvida, o ensino hoje é caso de polícia. Acredito que em breve, se as coisas continuarem como estão, será exigido nos concursos públicos para o magistério conhecimentos de guerrilha urbana e outras especializações policiais.

Ouvindo relatos dos professores, concluo que combater o crime nas ruas é uma tarefa mole, perto do que esses profissionais enfrentam em suas salas de aula.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Deixa eu…


Em 1986, logo após ser promovido a graduação de sargento (13/9/85), fui transferido para a 3ª Companhia do CFAP, no bairro do Rio Pequeno, na Zona Oeste de Sampa. Lá comecei ministrar aulas para os alunos do curso de Cabos.

Como logo no início do ano, nas férias, tinha ido a passeio para Salvador/BA e no auge dos meus 26 anos, voltei cheio de swing e curtindo muito samba.

Também chamava atenção devido as camisas coloridas que usava e pelo jeito descontraído, sempre brincando. Postura essa que era criticada por estar trabalhando numa Unidade-escola.

Eu tinha uma forma diferente de me relacionar com os alunos, priorizava a orientação. Deixava as anotações em caderno de conduta (que transformava em punição) como último recurso.

Percebendo essa característica, o aluno cabo Salomão, que era Laranjeira (que dorme no quartel por morar longe e só vai pra sua casa nos finais de semana) e morava em Campinas/SP, me disse: Sargento, o meu irmão virá no próximo curso. O senhor vai gostar dele. Tem a sua idade e é sambista.

Tempos depois apareceu pra fazer o curso o irmão do Salomão: Marcos Donizete dos Anjos. Logo me procurou, no intuito de arrumar alguma peixada para não pegar escalas nos finais de semana e poder ir para Campinas, onde estava noivo. Como era minha incumbência montar a bandinha que tocava nas formaturas, arrumei essa boquinha pra ele e, como privilégio pela dedicação durante toda a semana, nas sextas-feiras a tarde poderia ir tranqüilamente para a sua casa.

Contudo, quase toda noite eu buscava o aluno no alojamento, às vezes já se preparando para ir dormir, e levava pra Osasco/SP, cidade da Grande São Paulo, vizinha ao bairro que estávamos, pra fazer um samba. Bons tempos que deixaram saudades...

Com a formatura, Anjos voltou para seu batalhão em Campinas e nos vimos apenas mais algumas vezes, quando fui aplicar prova para concursos, em sua cidade.

Tempos depois as rádios de São Paulo começaram tocar a música “Condor”, do Grupo Clave de Azes. Foi sucesso estrondoso. Salomão, agora sargento, como seu irmão, me ligou e deu a notícia. Anjos tornou-se o Markinhos Sargento, autor e cantor do novo sucesso.

Recentemente estive em Campinas, conforme postei aqui, e fui recepcionado por muitos amigos, entre eles, já com novo nome artístico, Markinhos do Clave, o Marcos Donizete dos Anjos.

É assim que a vida fica mais agradável. Fazendo amigos. Depois, recordando.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Está escrito



Ao longo da vida, cada um vai escrevendo a sua história. O que não falta na Polícia Militar são histórias. Uma delas é a do soldado Aílton Tadeu Lamas, 44 anos de idade e 22 de PM.

Começou se notabilizar quando auxiliou na realização de um parto. Tempos depois fez outro auxílio, depois mais outro, mais outro até chegar a um total de 14 partos. Embora dados atuais já computavam o 15º caso.

Ficou conhecido, deu muitas entrevistas, mas não saiu da sua rotina. A rotina de policial militar, patrulhando as ruas da cidade.

Era casado e tinha dois filhos. Também era amigo de todos. Levava uma vida tranqüila.

Na última sexta-feira, dia 7, após ter sido escalado por dois serviços na Base Comunitária do Tremembé, solicitou que fosse conduzido de volta ao patrulhamento. Por ser um bom policial, teve seu pedido atendido.

No início da tarde uma ocorrência de roubo a banco em Guarulhos teve seus desdobramentos pela Zona Norte da Capital e acabou culminando com a morte do PM Lamas.

Foi o lado triste do juramento. Não bastaram as vidas que ele ajudou trazer ao mundo, mas também foi exigido o sacrifício da própria vida.

Foto: Dalila Penteado, site SSP.