sábado, 31 de maio de 2008

O papo no gueto


Acabei de chegar do compromisso na periferia, com a rapaziada do Hip Hop. Confesso que estava apreensivo. Fui estimulado até a desistir. Mas sou movido a emoção. Não gosto de ficar com a sensação do “e se eu fosse, como teria sido?”

Como recebi o convite em cima da hora, nem deu pra levar alguém comigo. Fui na cara e na coragem. Eu e Deus. Percorri ruas que só havia passado antes com a viatura, em patrulhamento. Mas, pontualmente, as 14h00 estava lá.

Percebi que existia também uma expectativa por parte das pessoas. Elas também estavam curiosas pra saber quem seria o maluco que estava indo lá.

Na primeira oportunidade, observei quem estava mais acessível e estabeleci um diálogo pra quebrar o gelo. Tiramos até algumas fotos e tal. Alguns preferiram manter a distância. Sem idéia.

Depois de anunciado, comecei minha fala explicando que, apesar de ter gravado algo parecido com rap, não era do ramo. Apenas tinha feito uma incursão superficial por admirar a linguagem musical do rap.

Pouco tempo depois, abri para as perguntas. A primeira participação da platéia já foi uma pergunta/desabafo. O rapaz tinha tomado uma blitz e o policial fez várias perguntas do tipo “Que grana é essa; é do tráfico?”, “Por que está com duas camisas; é pra dispensar uma na fuga?” Então ele queria que eu dissesse o motivo dessas “embaçadas”.

Teve momento que eu achei que a coisa tava ficando complicada. Aí surgiu uma senhora na platéia, mãe de um rapper que iria se apresentar na seqüência. Ela se apresentou: “Meu nome é Maria, sou da Zona Norte, Brasilândia”. Pensei, lá vem bomba. A Brasilândia tem a sua fama. Como ela frisou bem o seu bairro, entendi que ela estivesse me preparando para receber chumbo quente. Mas, pra minha felicidade, ela disse que também era mãe de um policial. Como alívio, nem esperei que fizesse a pergunta e já mandei: a senhora sofre preconceito duplo na família eim... Isso ajudou quebrar o gelo. No encerramento, contra a minha vontade, me fizeram cantar “a capella” o Rap da PM. Ao encerrar, até fui aplaudido.

Aliviado, me acomodei para poder acompanhar os grupos que iriam se apresentar. Não precisou nem esperar muito. O primeiro já deu uma porrada (veja o vídeo) que eu pensei, daqui a pouco a platéia esquece tudo que falei e perco o que foi conquistado nessa relação. Antes que fosse uma realidade minha previsão, cochichei ao ouvido do meu anfitrião e dei linha.

Pra quem tem orkut, veja mais fotos lá.



quinta-feira, 29 de maio de 2008

Vou ao debate com os rappers

Coincidência ou não, após comentar aqui no blog sobre a cultura Hip Hop, que acabou gerando manifestações de um colunista do site Bocada Forte - especializado no movimento - fui convidado pra debater o tema com a rapaziada de Pirituba, Zona Oeste da Capital, nesse sábado (31), às 14h00.


Claro que esperam que eu fale sobre a relação entre a polícia e os manos. Mas o convite, por incrível que pareça, veio pelo fato de eu ter gravado duas músicas parecidas com rap. (nem ouso dizer que era rap, embora tenha dado o nome em uma delas de Rap da PM). Aceitei pelo desafio.


A poesia não é temporária

Juliana é jovem, 23 anos. Sempre foi apaixonada pela Polícia Militar. Após flertar por algum tempo com a Instituição conseguiu o seu intento, ingressou como Soldado Temporário Feminino PM. Ela trabalha no setor de relações públicas do 15º BPM/M, em Guarulhos/SP.

Sua expectativa está na abertura do concurso. Então poderá definir sua atividade profissional, efetivando-se.

Tem outra paixão, a literatura. Sempre que pode lê alguma obra. Em especial, os poemas. Também aventura-se em composições próprias, há 10 anos.

Nessa terça-feira (27), sua inspiração encontrou guarida no amor que sente pela Corporação e então materializou o seu sentimento com o poema “Aprendi”.

Embora temporariamente policial, sua relação com a poesia parece que irá se fortalecer por anos.


Ronilson, o tenente doutor.

Aristides e Maria Aparecida vieram do Vale do Paraíba solteiros. Mas casaram-se em Itapevi/SP. Com o emprego de motorista, da antiga TELESP, Aristides tentava criar os quatro filhos.

A dificuldade do final dos anos 60 obrigou Maria Aparecida a ajudar no orçamento da casa. Conseguiu trabalho como empregada doméstica. Não era registrada, mas o salário mínimo que recebia ajudava compor o orçamento familiar e, então, suprir as necessidades básicas.

Ronilson é o segundo filho. A mais velha é Susete, os mais novos, Railson e Robson. Teve um outro irmão que faleceu ainda na tenra idade, por problemas de saúde.

A casa em que moram é muito simples. Apesar de um bom quintal, tem o desconforto do banheiro do lado de fora e o chuveiro improvisado com um balde.

Aristides é um pai carinhoso. Como não pode proporcionar diversão aos filhos, aproveita quando tem algum serviço perto da sua casa e coloca os filhos no caminhão da TELESP e dá uma volta no quarteirão. As crianças ficam inebriadas com isso.

Dona Aparecida leva o pequeno Ronilson com ela para o trabalho. O que era um desconforto para a mãe, ao filho torna-se motivo de festa. De Itapevi até Pinheiros viajavam de trem. No serviço, às vezes passeava de carro com o patrão, e ainda tinha a vantagem de estar com a mãe durante todo o dia.

Mas foi cedo ainda que começou entender uma lição amarga, a do preconceito. Apesar de terem sido os primeiros a chegar ao elevador do prédio do patrão, teve sua mão apertada pela mãe, que o segurava, quando ameaçou entrar. Todos subiram e eles seguiram no outro. O de serviço.

Em 1978 a família saiu de Itapevi e foi morar na Vila Matilde, Zona Leste da Capital. A situação ficou um pouco melhor, afinal o banheiro era dentro da casa.

Precocemente, aos 12 anos de idade Ronilson iniciou sua atividade profissional. Fazia peças de rádio na casa de uma família japonesa e recebia um salário mínimo como pagamento.

O grande sonho do pai de Ronilson é que ele fosse um Sargento do Exército. Quando ficou mocinho, se esforçou para realizar o sonho do pai, mas foi reprovado no exame. Porém, o resultado de sua dedicação aos estudos veio em 1990 quando ingressou na Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Cinco anos depois foi declarado Aspirante a Oficial.

O jovem Ronilson tinha um desejo, dedicar-se ao estudo. Então iniciou a graduação em Letras, na Universidade de São Paulo, concluindo em 1998. Mesmo ano em que decidiu assumir compromisso de matrimônio com a moça que conheceu na caserna, e que já namorava a algum tempo, a soldado feminino PM Miralva.

O conselho da sogra para Miralva foi bem simples. “Minha filha, o menino é bonzinho. É só você arrumar um cantinho pra ele, dar uns livros e um copo de leite, de vez em quando, que ele não te dá trabalho.”

A determinação de Ronilson, alicerçado no apoio e incentivo que recebeu de sua companheira, foi fundamental para que atingisse o seu objetivo. Agora ele tinha pegado gosto pelo saber e descoberto aonde queria chegar.

Nos últimos dez anos ele direcionou sua força e disciplina para o estudo. Foi privado de algumas coisas, só que agora por opção.

Em maio de 2008, o 1º Tenente PM Ronilson de Souza Luiz, de 37 anos de idade, atualmente exercendo a função de relações públicas do CPA/M-1, recebeu o título de doutor em educação. Foi a vitória da esperança e da superação. Tem ainda muitos sonhos, sobretudo contemplando o ensino na Polícia Militar.

Apesar de seus pais serem de pouca fala, senhor Aristides externou sua satisfação com a frase: “Quem diria que daquela casa em Itapevi sairia um doutor, eim?

O tenente Ronilson deixa uma lição de vida aos seus 93 mil companheiros de Instituição. Com fé e trabalho, o sonho fica possível.


quarta-feira, 28 de maio de 2008

Inezita Barroso, eu vi !



Nessa quarta-feira (28), da janela da minha seção, vi Inezita chegando de táxi para gravar seu programa “Viola minha Viola”.

Esbanjando vitalidade, aos 83 anos, ela apenas precisou do apoio de um bombeiro civil, que trabalha no prédio da TV Cultura SP, para acompanhá-la ate o seu camarim. No trajeto, ao avistar algumas pessoas, não perdeu o bom humor e soltou o vozeirão: “Oi de braço dado com "um" sordado oiá...” refrão da música “Moda da pinga”, que foi sucesso na sua voz. Ela fez uma adaptação pelo fato de estar ao lado de apenas um bombeiro, na gravação original ela canta "De braço dado com "dois" sordado". Veja o vídeo que gravei dessa cena.

Sou seu fã, pelo que ela representa para a cultura nacional e pela sua história. Tive, inclusive, o prazer de cantar com ela no mesmo palco, em 2003. Por ser gente de bem, sempre foi amiga da Polícia Militar. Nas vezes que foi convidada, quando pôde, compareceu.


domingo, 25 de maio de 2008

Rip Hop se manifesta

Demorou, mas apareceu alguém indignado com a minha postagem “Manos e Minas”. De forma equilibrada, Gil questionou meus conhecimentos sobre a cultura Hip Hop e sugeriu que eu pesquise mais, antes de fazer comentários.

Apesar de ter assinado ao final e ter colocado o endereço do site Bocada Forte, tive dificuldades para identificá-lo. Se é que identifiquei. Lá tem um Gilponês. Se for quem comentou por aqui, me pareceu ser um cara com perfil de gosto parecido com o meu. Não curte palavrões nas músicas e nem a apologia ao crime. Também é jornalista, como eu.

Seria bem interessante se ele pudesse se manifestar em apoio ao projeto que a PM tem, e que passou a ser meu também, de estreitar a comunicação entre a polícia e os rappers, para evitar os conflitos que aconteceram na Virada Cultural de 2007. Ainda não desanimei, tenho alguma esperança que isso aconteça.

Mano Black, meu amigo.


Visitando o site Pensador.info – Frases bonitas pra falar a um amigo, li uma frase que gostei muito:

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz. Carlos Drummond de Andrade

Sexta-feira estive com um amigo, "Mano Black", como chamo, ou “Seu Manel”, por ter um tio com o mesmo nome que mora em Niterói/RJ e é chamado assim por seus amigos. A gente se encontrou no Largo São Francisco, no centro de São Paulo. Tínhamos pouco tempo, uma hora apenas. Com sua passagem para a inatividade há 3 anos, não nos vemos mais no quartel, então periodicamente combinamos alguma coisa.

O Mané é aquele cara alegre, com sacadas legais. É difícil vê-lo triste. Temos muitas histórias juntos. Nossa amizade já completou 18 anos.

Em 1993 formamos uma banda de pagode. Todos eram policiais. Doze no total. Estava tão engrenado que quase levamos o título de um festival. Quase porque o grupo se desfez uma semana antes da final, quando todos diziam que ia dar a gente.

Isso abalou nossa relação. Uns culpavam os outros pelo ocorrido. Eu culpava uma outra pessoa por influenciar o Mano Black. Então, pouco preocupado com o samba e muito mais interessado em preservar a amizade, fiz uma canção e cantei pro Seu Manel. Ele se emocionou e terminou ali o esfriamento entre nós. Hoje damos risada do passado e estamos fazendo planos para exercer alguma atividade juntos, pois em breve chegará a minha vez de aposentar.


sábado, 24 de maio de 2008

Errar, pra quê?

Escrever em blog, orkut e outras situações que nos deixam expostos é muito complicado. Os deslizes ocorrem mesmo. Como somos policiais, parece que o erro ganha dimensão maior.

No passado o nível cultural dos policiais era baixo, porém hoje mudou essa realidade. Tanto é verdade que amanhã ou depois vou falar de um PM paulista que alcançou o doutorado.

Foi pensando no perigo dessa exposição que o blog Caso de Polícia postou "Os Pobremas Acabaram", que dá um caminho para ajudar a prevenir erros. Como a dica é boa, estou propagando aqui também e parabenizando pela iniciativa.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Só trazendo a Juliana Paes


Passando hoje pela Estação Sé do metrô, vi uma exposição sobre soutien que me chamou a atenção. Lembrei do tema da aula que ministrei em Técnicas de Ensino, no curso de sargentos (1985), “A evolução do bikini”. Na época, aproveitei uma viagem ao Rio de Janeiro e filmei umas gatas na praia, em Super 8, e depois projetei em sala de aula. Foi o maior sucesso. O instrutor também gostou, me deu 10. Se fosse nos dias atuais, para fazer o mesmo sucesso, teria que trazer a Juliana Paes.










quinta-feira, 22 de maio de 2008

Policial loira

Aqui estava postado equivocadamente um quadrinho com piada sobre "policial loira". Bastou um comentário para que eu refletisse e percebesse que não foi legal. Temos mais coisas a fazer que postar piadinhas sobre a nossa profissão. "Fui infeliz, prometo melhorar", me penitenciarei repetindo essa frase 100 vezes..


Traído ou traidor?

César é imigrante peruano no Brasil, há 9 anos. Veio com mulher e duas filhas. Aqui, teve um deslize e arrumou um filho fora do casamento. Agressivo, obrigou Rosa, a esposa traída, a cuidar do bebê. A mãe do menino também aceitou, sob ameaça. Tempos depois, acalmado os ânimos, o casal teve mais uma filha.

O casamento, que nunca esteve bem, piorou. Foi quando optaram pela separação. Rosa ficou com as três filhas e mais o menino, fruto da traição do marido.

Com aproximados 35 anos, ela faz artesanato para conseguir algum dinheiro e sustentar a casa. Eles moram na Cohab Novo Mundo, no Parque Novo Mundo. César aparece de vez em quando para trazer algum dinheiro. Ele também é artesão e faz tatuagens. Katherine, a filha de 15 anos diz que ele ficou um pouco carinhoso depois que separou da mãe, contudo, durante o período que moravam juntos batia em todos. “Ele era muito ciumento”, fala.

Anteontem, terça-feira (20), por volta do meio dia, César foi à casa da ex-mulher. As filhas estavam na escola. Rosa estava apenas com o menino de 9 anos. César chegou bravo. O motivo, a gravidez de Rosa, há 5 meses. Armado com um revólver 38, efetuou vários disparos. 2 atingiram a ex-mulher. Ela correu. Ele foi atrás, desferindo-lhe socos. Após pular uma janela, conseguiu fugir. O menino a acompanhou. A mulher foi socorrida pelos vizinhos enquanto César se trancou no apartamento ameaçando se matar.

Os policiais do 5º BPM/M perceberam a gravidade. Pouco tempo depois o GATE já estava no local. A negociação virou a noite.

Onze da manhã de ontem. A imprensa se acotovela para conseguir a melhor imagem. O local foi isolado. Entram apenas moradores dos apartamentos daquela rua. Prosseguem na negociação os tenentes Zólio, Schiavo, soldado Mileni e capitão Giovaninni. O Tenente Coronel Depieri e o major Marin acompanham a distância. César está transtornado. Ele mantém a arma apontada para si. Faz exigências desencontradas. Para piorar o quadro, está ingerindo conhaque.

Como havia ligado para um amigo pedindo um advogado, aparece Márcio com o doutor Maia. Ele é cabeleireiro no bairro. Os policiais orientam a sua fala e vai colocá-lo na janela para conversar com César. O advogado também é orientado. Cada detalhe é combinado para que César possa adquirir confiança e se entregar. Pouco depois eles voltam. Não houve acordo. Ele quer um advogado da Praça da Sé.

No apartamento acima aos acontecimentos, a filha Katherine acompanha atentamente. Esforça-se pra ouvir o que o pai diz aos policiais. Ela não deseja que ele faça besteiras, mas está magoada com o que fez à mãe. “Minha mãe contou que ele a engravidou quando esteve na casa dele para pedir dinheiro. Agora está achando que é filho de outro, ela não tem ninguém, pode perguntar pras pessoas aqui”, explica.

O sol está quente. No apartamento de frente um adolescente começa ouvir musica eletrônica em alto volume. Os policiais solicitam que desligue. César está sem comer e sem dormir a 24 horas e ingerindo bebida alcoólica. A música alta deixava o clima mais tenso, poderia prejudicar as negociações.

O relógio marca 13h16. Apesar da insistência dos negociadores para que responda, César permanece em silêncio. São quase 5 minutos sem falar nada. Os policias se reúnem e mudam a estratégia. Logo anunciam pela janela que sua filha mais nova quer falar com ele. Então responde recusando-se a atender. Isso permitiu uma nova seqüência de conversação.

Num canto, aguardando os próximos acontecimentos, o advogado, Dr Maia, pensativo, dá mostras de que está nervoso. “Eu não estou acostumado com essas cenas, ver ele com a arma apontada para o próprio corpo me deixou emocionado”, confidencia.

Katherine comenta que está gostando do trabalho dos negociadores, mas teme pela decisão do pai. “Se os policiais falarem alguma coisa que não goste, ele se mata”, afirma com a convicção de quem conhece o seu temperamento.

Os membros do GATE intercalam a fala com César entre a rigidez e a suavidade. “Mostre para suas filhas que você é capaz. Diga: errei, mas vou pagar pelo que fiz e recomeçar a vida”, fala um oficial para ele. César pede para o policial dizer às suas filhas que ele é um bom homem.

Ebony, a filha mais velha de 16 anos, está no apartamento de uma vizinha cuidando de seus irmãos. De vez em quando aparece na janela e dá uma olhada, mas por pouco tempo. Quem não perde cada passo da negociação é Katherine.

De dentro do apartamento César fala mais alto. Sua voz é chorosa. Culpa a mulher pelo acontecido. Parece não conseguir concatenar as idéias. A tensão é maior. Os policias procuram acalmá-lo. Embora também cansados, demonstram serenidade na condução das negociações. Usam todas as técnicas que dispõem para contornar a situação.

O panorama começa a melhorar. César, pela primeira vez, aproxima-se da janela para falar com os policias. Permanece com a arma apontada para si. Ganhou a promessa de que virá um novo advogado, de sua confiança. Então começa falar mais calmo. Já dá sinais claros de cansaço. O desfecho parece estar próximo.

Chega outro advogado. O gerente da crise avalia e consente que seja levado à presença de César. Com a resistência já minada, às 14h50, entrega-se.

Do hospital chega a notícia, Rosa não corre risco de morte. O bebê também está bem. Ebony e Katherine decidiram, vão procurar um emprego. Enquanto César terá um tempo pra refletir... Na prisão.



Texto de minha autoria, publicado originalmente ontem (21), no site da PMESP, no link Legião de Idealistas. Estive no local dos fatos e acompanhei de perto o drama dessa família.


segunda-feira, 19 de maio de 2008

Rota ta ta... O chão vai tremer!




Vi o debate que foi criado em torno da música do filme Rota Comando, na comunidade do Orkut. Até estou sendo citado nele, pois cedi ao amigo Stive o piloto que apresentei ao diretor Elias Junior. Estou tão tranqüilo em relação a esse assunto que ando antecipando os comentários aos acontecimentos. Pela minha idade e experiência, sei que o ideal seria ficar calado, não mostrar a música pra ninguém antes que ela fosse avaliada e, então, comemorar, caso o resultado fosse a sua inclusão no filme.

Acontece que nós seres humanos somos movidos a motivações. Uns são mais que os outros. Mas eu, confesso, não estou muito. Estou na base do tanto faz. Mostrei a música só pra ter o gostinho de estar dentro do burburinho, mas, como disse, se estivesse priorizando isso teria usado estratégia diferente, porque é assim que rola a parada. É cobra engolindo cobra.

Hoje conversei com o diretor que me afirmou ter gostado da musica, mas fez algumas exigências que eu não concordei. Então, criou-se um impasse. Ficou de consultar suas bases (leia-se Capitão Conte Lopes e assessoria) e depois voltarmos a conversar. Se rolar, vai ser legal. Até quero, confesso. O que me incomoda é que não estou vibrando, e isso é ruim.


PS. Atenção galera que tem pedido por novidades no site do Sargento Lago, em breve vamos mudar o visual.


sexta-feira, 16 de maio de 2008

Último desejo

Hoje resolvi ligar para um amigo e pedir um favor. Não era exatamente para mim, mas amigos sempre atendem, mesmo que o favor seja para o amigo do amigo. Papo vai, papo vem, ele, meio sem jeito, percebi, quis saber se estava tudo bem comigo. Afirmei positivamente, inclusive relatando-lhe minha motivação com as novas funções que estou exercendo. Ficou calado por um momento e disse: “É, tem muita gente maldosa nesse mundo”. Sem entender, quis saber do que ele falava. Foi então que me disse que havia chegado aos seus ouvidos comentários maldosos dando conta de que minha vida profissional não estava indo bem.

Pouco tempo depois da minha explanação, que propositalmente alonguei para tranqüilizá-lo, sorrimos e começamos falar das amenidades que nos faz tão bem. Afinal, sabemos que isso existe. Não é novidade. Apenas ficamos surpresos a cada novo acontecimento por achar que – embora incomodemos – as pessoas tenham coisas mais interessantes para se ocuparem.

Tempo depois da nossa conversa, estava meditando sobre o assunto e me veio à mente uma canção do Noel Rosa, “Ultimo desejo". Nela o tema é sobre uma relação amorosa, mas ele mostra o seu desprezo aos seus opositores. Pois é "Poeta da Vila", é a vida.


quarta-feira, 14 de maio de 2008

Anônimo? Quem?


Há muito tenho observado, tanto no orkut quanto nos blogs, pessoas manifestarem suas opiniões por meio do anonimato. Percebo que são os mais exaltados. Dizem coisas que só Deus não duvida.

Eu me recuso a aceitar no meu perfil do Orkut pessoas que exibem fotos de marginais mortos. Que escrevem mensagens de afronta a criminosos. Mas, não tem coragem de colocar seu nome verdadeiro e muito menos a sua foto. Fico pensando, que mérito há nisso?

Não convence ninguém da sua valentia, quem adota esse procedimento. O que dá mais gosto é poder dizer na cara do cidadão que você não concorda com suas idéias e atitudes.

Por outro lado, existe o risco de ter que pagar um preço, ao emitir suas opiniões de forma franca. Logo, anonimato é covardia, é assumir o medo de não querer pagar o preço., então, descredencia a coragem do anônimo.

Eu sempre fui seduzido pelo desafio de poder falar as minhas verdades. Quem me conhece sabe do que já fui capaz de dizer às pessoas que se posicionaram como “senhores da razão”, quando não habitava coerência em suas palavras. Nessas horas, não costumo fazer distinção de grau hierárquico. Independente do local que ele ocupa, o incoerente tem que saber que não está convencendo.

O Blitz Policial andou aborrecido com o que ele chamou de revanchismo de algumas praças. Disse inclusive que as manifestações têm caráter subversivo contra postos de comando.

Da mesma forma que sabemos que a imagem das polícias militares representa para alguns cidadãos a lembrança da ditadura militar, a imagem de alguns oficiais também está associada a orrogância, prepotência e autoritarismo. Fomentar essa discussão aqui no blog é como assoprar um carvão incandescente, vai incendiar. Então, muitas pessoas vão querer tirar uma casquinha e dar sua cacetada. Volto a dizer, não aprovo esse tipo de manifestação anônima. Pra mim não tem valor algum.

O companheiro da Bahia ficou irritado com a torcida contra, mas logo vai se acostumar. Nós, policiais, viemos jogando com torcida contra. O que ele tem razão de reclamar, e não podemos concordar, é com a falta de respeito e a afronta desleal.

Devemos debater idéias na busca de soluções para a segurança pública. Mas, com respeito ao próximo, que deve ser peculiar a todos os policiais. E não afrontando companheiros que ocupam posições diferentes na hierarquia. Isso é molecagem.


Nova atração da TV Globo



Semana retrasada assisti o piloto do novo programa policial que vai passar na TV Globo. A produtora independente Medialand mostrou o vídeo no auditório da PM5, com o intuído de conscientizar os policiais de que será uma produção do bem.

O nome será “190” e terá cerca de 25 minutos de duração. Apresentará a rotina das polícias militar, civil e científica de São Paulo. Terá uma edição eletrizante, dinâmica, utilizando-se de computação gráfica para citar o nome dos policiais, das operações e dos locais onde se desenrolam as ocorrências.

Se a linha editorial for mantida, o programa 190 deverá angariar muitos simpatizantes para o trabalho policial.

No site do UOL tem uma matéria sobre o novo programa.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Trocando energias


Hoje tive uma oportunidade bem legal. Fui convidado por uma Ong para desenvolver um trabalho com cinco garotos de uma comunidade carente.

Minha missão era ensaiar uma música com eles para apresentarem domingo, quando farão uma homenagem as suas mães.

Fiquei admirado com a resposta rápida que eles deram durante o ensaio. Pude perceber também que a atenção que eu dava a eles fazia a diferença. Enfim, me senti realizado por estar dentro da minha tarefa, que é servir.



Música do filme Rota Comando

Acabo de ver mais uma notícia (furo de reportagem?) no Diário de um PM. Lá, a banda BizQuiz diz ter engrenado a música tema do filme Rota Comando. Fiquei surpreso, porque na próxima quinta-feira estarei apresentando uma música ao diretor Elias Junior, com o mesmo propósito. Quem vai levar, não sei, mas, se ele está esperando a música na quinta-feira, isso quer dizer que essa questão ainda está em aberto, não acham? De qualquer forma, vamos aguardar.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Manos e Minas


Não que eu queira fazer o papel de crítico de TV, mas hoje quero falar sobre um programa que estreou na TV Cultura de São Paulo.

Há muito tempo deixei de fazer a linha do politicamente correto (que pra mim tem outro nome: falsidade) e comecei externar minhas opiniões sobre coisas que não concordo. Se isso tem alguma serventia para os outros, não sei, mas que me deixa com o saco mais vazia, ah, isso deixa.

O que me fortaleceu nessa idéia, foi quando comecei ler alguns blogs. Até fui orientado (não sei se foi um puxão de orelhas) pelo tenente Alexandre de Sousa, do blog Diário de um PM, a colocar o link dos blogs mencionados. Como me esforço para ser um bom aluno e também estou tendo a assessoria do meu amigo soldado Niedson, do Portal Stive, aprendi como se faz o link e já não cometerei mais esses erros primários.

Voltando ao tema dessa postagem, a TV Cultura de São Paulo estreou no dia 7 de maio um programa de Hip Hop com o nome “Manos e Minas”, apresentado pelo rapper Rappin Hood, com duração de 1h00, que vai ao ar todas as quartas-feiras, as 19h30.

Confesso que gosto do movimento Hip Hop. A filosofia é bem interessante. Agrega jovens da periferia para a conscientização cultural e social. Porém, é de conhecimento que a o rap é utilizado, na maioria das vezes, para fazer apologia ao crime e a violência. Tanto é verdade que a linguagem peculiar é a utilizada nas cadeias.

No programa de estréia, Rappin Hood entrevistou um homem que estava na platéia, cheio de ginga (estilo: “sou malandro”) que falava da sua dificuldade em encontrar emprego, pelo fato de ser ex-presidiário. Oras, o emprego está difícil pra todo mundo. Que conversa é essa de ficar fazendo papel de vítima da sociedade? Aliás, sociedade que foi vítima dele, isso sim.

Ainda nessa linha dos vitimados pela sociedade, está na hora de acabarmos com essa ladainha. Cada hora aumenta mais o cordão dos “Sem terra”, “Sem escola”, “Sem isso”, “Sem aquilo”. Vamos ficar lamentando até quando?

A questão da cota para os negros é outro engodo. Não concordo com ela. E, antes que me chamem de racista, quero informar que tenho uma linda filha negra, e, se Deus quiser, vai galgar o seu espaço na sociedade sem ficar se escondendo atrás do papel de coitadinha.

O que falta em nosso país é consciência política. O cidadão fazer valer os seus direitos. Votar conscientemente. Mas, quem diz que querem se manifestar politicamente? Ah, mas ir pra frente das câmeras, para dizer que querem justiça no caso Isabella, vão. Como podem se comover pelos outros se não se movimentam para atender seus próprios interesses? Não entendo essa incoerência.

Bem, mas o assunto era o programa “Manos e Minas”. Não entendi o fato de a TV Cultura, que é estatal, abrir espaço para quem faz apologia a desordem pública. Eles não têm comprometimento com o social, como apregoam. Falo isso porque fiz uma peregrinação tentando arrumar um rapper para desenvolver um trabalho de aproximação da polícia com a periferia e não apareceu nenhum. Apenas um deles (aliás, o único que teve dignidade ao dar sua resposta negativa – a maioria fugiu) me disse que apesar da idéia ser legal, não participaria, porque poderia ser mal compreendido pelo seu público. Ou seja: rap não combina com polícia. A polícia representa o Estado. A TV Cultura é do Estado, logo, o programa “Manos e Minas” esta equivocadamente naquela emissora.

PS. Eu poderia dizer que um programa policial, educativo e de prestação de serviço seria o perfil correto para preencher a grade de uma TV Estatal, mas, aí eu iria incorrer naquilo que eu discordo que é fazer o papel do coitadinho, falando “Viu, para a polícia eles não abrem espaço! Só dão paulada na gente... et etc”. Prefiro dizer que quando nós formos competentes o suficiente teremos um programa de qualidade na TV.

sábado, 10 de maio de 2008

BLOG DO PRACINHA: QUEREM ME CONVECER QUE ISSO É EXERCÍCIO DE FLEXÃO DE BRAÇO. SERÁ?#links

Relutei. Queria ficar neutro. Emitir opinião em assunto polêmico deixa com a sensação de que alguem vai ficar aborrecido no final. Mas como não consegui...

Li atentamente a discussão em torno de um vídeo que foi postado no blog do Pracinha, mas que já havia sido tema no blog Diário de um PM ( http://www.diariodeumpm.net/). No vídeo aparecem alunos do curso de soldados da PMERJ indo para o refeitório andando de quatro. Eles chamam isso de "Suga", em São Paulo o nome é "ralo".

No início da minha carreira vi muito disso por aqui. Com a Constituiçãode 1988 a coisa manerou. Eu mesmo passei por diversos "treinamentos" para ser adaptado ao sistema, inclusive para ingressar na Rota. Mas não concordo com ele. Não acredito em seus benefícios.

Os militares que gostam de aplicar esses treinamentos geralmente são sádicos. Gostam de fazê-lo para o próprio prazer.

Me submeti a esses trotes porque queria ser aprovado no sistema que estava ingressando, mas quando chegou a minha vez de aplicar o "ralo" me recusei.

Sei que há divergências de opiniões. Não quero polemizar, por isso não vou me estender no assunto, apenas quero registrar que não gosto dessa prática.



BLOG DO PRACINHA: QUEREM ME CONVECER QUE ISSO É EXERCÍCIO DE FLEXÃO DE BRAÇO. SERÁ?#links

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Dia festivo no quartel





Hoje passei o dia assistindo solenidades militares. Como estou trabalhando na PM5, escrevendo matérias para o site da PM (www.polmil.sp.gov - Legião de Idealistas), fui para o Dia de Cavalaria, depois ao aniversário do 2º Batalhão de Choque e, na parte da tarde, a Rota (homenagens póstumas ao herói da PMESP Alberto Mendes Junior, morto por guerrilheiros no período da ditadura militar).

O evento do da cavalaria foi bonito. Perfilados, 210 policiais saíram com seus cavalos para patrulhar a região central e zona norte da capital.

No 2º BPChq (batalhão que faz policiamento nos estádios de futebol) a solenidade foi mais concorrida. Muitas personalidades civis e militares estiveram presentes. Fui uma ótima oportunidade para eu rever alguns amigos.

Na Rota, já foi mais sentimental. É sempre triste lembrar a história de Mendes Junior. Foi bom que revi o Sargento Lino, um dos últimos a ver Mendes Junior com vida, em 1970. Aproveitei para marcar uma entrevista com ele, pois estou escrevendo sobre o assunto.

Enfim, foi um dia de muitas emoções.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Mulher fardada


Tenho visitado alguns blogs. Bem pouco, devo reconhecer. O tempo tem escasseado pra mim. Percebi que estou longe de ser considerado um blogueiro bom. Teria que me dedicar muito mais. Aí esbarraria na falta de tempo que reclamo.

Confesso que em alguns, como http://blogdopracinha.blogspot.com/ ; www.diariodeumpm.net; http://stive.com.br; a gente fica bem atualizado. Mas, em outros vi muita pancadaria e não me agradou, contudo, há quem sinta afinidade nessa forma de expressão.

Foi visitando o blog Abordagem Policial (http://www.abordagempolicial.com/) que descobri que o site da PM de Goiás publicou fotos de suas belas policiais (que, para colorir meu blog, estou postando algumas aqui).

Achei bem interessante. Ousado, até. Eles estão sensíveis a beleza da mulher policial e têm liberdade para expressar isso.

Infelizmente, em São Paulo algumas manifestações já não são encaradas com tal simplicidade. Faz-me lembrar uma música do Roberto Carlos que diz “E tudo que eu faço é ilegal, é imoral ou engorda”.

Espero que essa atitude seja imitada por outras policias militares. Afinal, é a mulher que dá o toque de sensibilidade em nossos quartéis.












Link de outras fotos das policiais de Goiás:

http://www.pm.go.gov.br/2008/index.php?i=libs/onoticia&id=16901&pagret=



domingo, 4 de maio de 2008

Luto


Por um objetivo

Por um amor

Por um sonho


Luto por que lutar é preciso


A força de um homem se mede por sua disposição para lutar


Navegar é preciso, disse o poeta!

Eu digo que lutar é impreciso

Mas enlutar, se faz preciso


Há um fogo que passa por debaixo da ponte

As muitas águas o sufocam e a ponte cai

Então me entrego ao luto por ser botafogopretano



Sonho em preto e branco

Ontem recebi irmãos e amigos no meu apartamento. Almoçamos juntos. Passamos horas agradáveis.

Os amigos, soldado Niedson da PMGO, responsável pelo portal www.stive.com.br, e sua noiva, ficaram conosco ate o final da tarde.

A noite, fiquei com meus irmãos ouvindo músicas do Benito di Paula e lembrando a trajetória de sucesso que ele tem. Eu como fã mais ardoroso, ficava fazendo os comentários a cada música que se iniciava. Afinal, não foram muitos cantores que conseguiram a proeza de vender mais de 30 milhões de cópias.

Os mais jovens só conhecia uma ou outra. Principalmente “Mulher brasileira” que foi tema de um comercial de TV há alguns anos. Mas uma em especial me fez lembrar que hoje, domingo, ela fará muito sentido pra mim. Não pelo conteúdo da letra que retrata uma desilusão amorosa, mas pelo título: “Sonho em preto e branco”.

Como sempre tenho comentado aqui, torço para 3 times. Desses, dois estarão em campo a partir das 16h00 para disputar o título de seus estados. Botafogo e Ponte Preta. O outro é o Corinthians.

Para o Botafogo não será nenhum sonho a conquista do título. Tem mais time que o Flamengo e a melhor campanha no campeonato. Se jogar com inteligência e equilíbrio emocional, o placar será 3x0.

A Ponte Preta sim, essa viverá um dia de sonho. O time é bom e esforçado, mas não é melhor que o Palmeiras. Se a macaquinha vencer hoje, embora tenha seus méritos, será muito mais por algum desequilíbrio emocional do adversário.

Como torcedor, a partir de agora - meio dia de domingo – adormeço e embalo nesse sonho em preto e branco. Acordarei as 18h00. Se o título não vier, me consolarei com o Fogão campeão. Agora, se ambos não conseguirem o objetivo, amanhã cedo acordo e vou trabalhar, porque a vida continua.




quinta-feira, 1 de maio de 2008

O espetáculo da notícia



O noticiário ocupou-se no último mês na ampla divulgação das investigações do caso Isabella. Foram horas a fio repercutindo a morte da menina de 5 anos que caiu de um prédio na Zona Norte de São Paulo, dia 29 de março. A reconstituição do crime, que teve duração de 7 horas, mereceu transmissão ao vivo, quase na íntegra.

Qual é o motivo da espetacularização da notícia?

Nessa semana li e ouvi entrevistas do meu ex-professor da faculdade Cláudio Julio Tognolli, um dos maiores jornalistas investigativos do país, mestre em psicanálise e doutor em filosofia das ciências, dizendo que o espetáculo é uma nova tendência da imprensa. A de transformar um fato, que geraria uma notícia, em entretenimento.

Outra característica é a da notícia que tira suas próprias conclusões. “As pessoas andam muito ocupadas, por isso, preferem o jornalismo dedutivo ao indutivo”, diz o professor. Cita como exemplo a capa da revista Veja da semana retrasada que estampou o título “Foram eles”, acompanhado da foto dos pais da garota Isabella. Segundo ele, “o cidadão quer a opinião pronta para emitir juízo de valor”. Com isso, o jornalismo quebra a máxima da imparcialidade e passa a fazer julgamentos.

Sobre ser ético ou não o profissional prestar-se a essa situação, lembrou uma frase do filósofo Sêneca: “Canto a canção daquele cujo pão como”. Ou seja, quem não concorda que saia da profissão: “Lei do inquilinato, os incomodados que se mudem”.

Tognolli criticou os Jornalistas justiceiros, quem vão para as delegacias e publicam boletins de ocorrências sem fazer uma apuração. Com isso, correm maiores riscos de cometerem erros, em detrimento das pessoas envolvidas nos casos.

Citou a frase do político americano Adlai Stevenson que falava que “a imprensa separa o joio do trigo e publica o joio.” Disse também que “estamos à mercê de jornalistas que acham que entendem das coisas e vivem de adjetivos.”. “Apontamos nos outros os nossos erros e nos absolvemos desses erros. Mas não ao outro, jamais”. Concluiu.

Sendo assim, cabe aos policias terem o devido cuidado em seu trabalho, não expondo em demasia sua profissão, para não serem alvo desses espetáculos. Embora saibamos que os holofotes seduzem.

Fontes: Balaio de Notícias “Revista eletrônica mensal” e Rádio Jovem Pan (Pânico).