quinta-feira, 6 de março de 2008
Estrela Solitária
Ainda sobre o fime do Cartola, fiquei dividido entre revê-lo - uma vez que já tinha assistido no cinema - a assistir o jogo entre Corinthians e Palmeiras. Na dúvida, fiquei com um olho em cada canal.
Como Corintiano, não gostei de ver mais essa derrota do timão, porém, não me aborreço mais com os fracassos dos meus times. Afinal, além da equipe de Parque São Jorge, torço para a Ponte Preta e, antes de todos, para o Botafogo Carioca.
Eu tinha 8 anos quando comecei torcer pro Fogão. Foi em 1968, ano do Bicampeonato Carioca. Morava na cidade de Resende/RJ. Recordo-me de ter visto um rapaz enrolado em uma bandeira alvinegra. Fiz ali minha decisão.
Quando o Souza, atacante do Flamengo, comemorou o seu gol contra o Cienciano do Peru, pela Taça Libertadores, e fez alusão ao choro dos botafoguenses após a polêmica final da Taça Guanabara deste ano - que, para minha insatisfação, tive que ver o Valdívia repetir o gesto contra o Corinthians - comecei lembrar de algumas partidas que "em tese" o Botafogo foi prejudicado.
Em 27 de junho de 1971, mais de 140 mil torcedores estavam no Maracanã para assistirem a final do Campeonato Carioca entre Botafogo e Fluminense. Por ter a melhor campanha, a equipe da Estrela Solitária jogava pelo empate. O jogo estava 0x0. Porém, aos 44 minutos do segundo tempo, o árbitro José Marçal Filho deixou de marcar uma falta clara e acabou saindo o gol Tricolor.
O jogador Silveira disputou a bola no alto com o goleiro Ubirajara e fez a carga no botafoguense. O lance aconteceu na pequena área. Na sobra, Lula tocou para as redes e decretou o título para o time das Laranjeiras.
O outro jogo, que me causa mais indignação ainda, é o do Campeonato Brasileiro de 1981. Coincidência ou não, 10 anos depois.
Na semi-final, o Botafogo jogava novamente pelo empate contra o São Paulo, na capital paulista. Havia vencido o primeiro no Rio por 1x0.
Eu já morava em Sampa, mas no dia do jogo estava em Resende/RJ.
No início da tarde fui dar um passeio pela cidade e, não sei por qual motivo, me atrasei para assitir o início do jogo. Andava apressado pelo bairro dos Campos Elíseos quando ouvi muita comemoração de torcedores. Imaginei que fosse pelo início da partida. Logo depois, nova comemoração me fez ter a curiosidade de parar num bar e olhar a TV. Para a minha surpresa, com apenas 18 minutos de jogo, o placar já assinalava 2x0 para o Fogão.
Asselerei ainda mais o meu passo e pouco tempo depois estava na casa dos amigos que me hospedavam. Ainda deu tempo de ver o São Paulo diminuir, com um gol de pênalti convertido por Serginho Chulapa. No intervalo, seguranças do time paulista cercaram em tom de ameaça o árbitro Bráulio Zannoto. No segundo tempo, o São Paulo conseguiu virar a partida para 3x2. Anos após o jogo, Bráulio declarou ter sido agredido no vestiário por homens armados, e admitiu ter errado ao não paralisar o jogo ou ao menos relatar o ocorrido na súmula. A verdade é que o cara amarelou no segundo tempo do jogo e os tricolores fizeram o que quiseram em campo.
Nem quero lembrar os casos mais recentes, isso já é o bastante para aborrecer qualquer torcedor ainda que não seja fanático, como é o meu caso. E, assim, vemos nosso time ficar cada vez mais como uma Estrela solitária na hora das comemorações.
4/3/08
Policial veterano de ROTA e jornalista diplomado, Lago também é cantor e compositor de músicas que retratam a rotina policial. Na reserva da PMESP, é o único policial a visitar todos as corporações do Brasil, com foco no cotidiano dos policiais militares, e fazer publicação literária. Lançou o livro Papa Mike – A realidade do policial militar,
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