terça-feira, 1 de julho de 2008

Queria fazer uma tatuagem


Estava assistindo uma novela quando vi um ator com uma tatuagem. Desejei ter uma igual, então fui saber qual seria o procedimento, custo e demais informações.

Ao chegar na Companhia, deparei-me com o capitão Aparecido Scrobat, o comandante, que recebeu minha continência devolvendo um abraço. Ele tinha esse hábito. Como meus pais moravam no Estado do RJ, aproveitei essa postura paterna do comandante e perguntei: “Capitão, decidi fazer uma tatuagem! O que o senhor acha? Com a mesma fisionomia alegre que havia me recebido, ele respondeu: “Muito legal, bacana mesmo!” Aliviado, sorri por entender que a minha decisão tinha a provação de uma pessoa mais experiente, logo, imaginei, meu pai também aprovaria. Porém, fui precipitado na minha conclusão, o oficial não havia concluído o seu comentário. Ele prosseguiu: “... Mas, e quando você tiver a minha idade, será que vai continuar sendo legal?” Desapontado, olhei pra ele e disse que não sabia.

Isso aconteceu por volta de 1985, quando estava iniciando o processo de popularização da tatuagem. Felizmente não segui no meu intento devido esse comentário do Capitão Aparecido Scrobat. Por que hoje tenho plena certeza de que não quero exibir uma tatuagem no meu corpo.

Eu sei que hoje é moda. Está mais difícil descobrir quem não tenha uma. Mas o que eu percebo é que a tatuagem tem estereotipado pessoas. Com algumas exceções de quem faz uma tatuagem pra tirar onda, uma boa parte tem usado para externar seus conflitos psicológicos. Quando mais extravagante, maior o conflito. Apesar de não ser psicólogo, tenho chegado a essa conclusão analisando tatuagens e tatuados.

Alguns pais, que eu ousaria chamar de inconseqüentes, apesar de não terem tatuagens, autorizam seus filhos adolescentes a fazerem uma, mesmo sabendo que eles mudam de opinião a cada instante. Fico imaginando... Se a moda acabar, o que será desse povo?

Engraçado mesmo foi a cena que vi hoje perto do metrô Santana. Uma moça, com uns 23 anos mais ou menos, trazia na altura do cóccix uma tatuagem com os dizeres: “Dircélia e Marcos”. O nome do Marcos estava um pouco borrado. Deu pra perceber que havia sido escrito em cima de outro nome que foi mal apagado. Se a Dircélia for uma pessoa volúvel em seus relacionamentos correrá o risco de ficar com o cóccix exposto.

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