Uma das prováveis perguntas que o psicólogo fará ao candidato que está ingressando na polícia será: Por que você quer trabalhar na PM? A resposta poderá definir a aprovação ou não.
Em 1981 eu estava no Hospital da Polícia Militar do estado de São Paulo, no processo de seleção para ingresso na corporação, quando um policial veterano - olhando para todos os candidatos enfileirados, aguardando para fazer o exame de sangue - comentou com seu colega: “Estão todos felizes agora, depois verão o que lhes esperam”. Sua fala, em tom de alerta, sequer me abalou. Minha determinação era infinitamente superior ao seu presságio.
Na prática ao longo dos anos concluí que ele não estava de todo errado. De fato a profissão é espinhosa, motivo pelo qual muitos companheiros procuram desviar seus filhos do desejo de seguir a profissão. Da mesma forma que muitos pais se orgulham ao ver seus filhos vestindo o mesmo uniforme que ele. O que difere, como em tudo na vida, são as oportunidades e experiências que cada um terá dentro da carreira.
O que o candidato precisa avaliar é se está disposto a enfrentar todos os desafios que a profissão oferece. Quanto vai lhe custar para atingir o objetivo que traçou para sua carreira profissional. Se é exatamente isso que quer. Do contrário poderá perder tempo numa profissão da qual só conhecia os estereótipos e tinha fantasia juvenil.
Parece simples tudo isso, mas não é. Já estava aposentado quando fui viajar por todo o país, para tentar entender o que motiva um policial militar exercer a sua profissão e coloquei minhas impressões no livro Papa Mike – a realidade do policial militar, lançado em junho de 2016.
A obra relata a verdade nua e crua da profissão, sem fantasias. Quem tiver convicção da sua vocação certamente ficará com o coração fervendo para ingressar logo, mas se tiver dúvidas irá repensar a decisão.
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