Aquele resultado levaria a decisão aos pênaltis para saber quem disputaria a final do campeonato interno da Polícia Militar de São Paulo, de 1987.
De um lado a forte equipe do CPTrans (Comando de Policiamento de Trânsito). Do outro, a do CFAP (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças), da qual eu era o centroavante.
Pressionados e perdendo por 1x0, conseguimos o empate numa bola parada. A cobrança de falta do nosso camisa 10 foi perfeita. Mas o jogo caminhava para o final e o time dos caras pressionavam cada vez mais.
Numa cobrança de escanteio da equipe adversária, permaneci no meio de campo. Colado em mim, apenas um zagueiro. Os demais foram para o nosso campo, uns na tentativa de fazer o gol, outros na intenção de impedi-lo.
Acenei para o nosso goleiro a situação e pedi que repusesse a bola no ataque rapidamente, caso conseguisse ficar com ela.
A cobrança não poderia ser pior. Veio praticamente nas mãos dele que, sem perder tempo, deu um chutão pra frente.
A bola subiu, desceu, bateu no gramado, subiu novamente e, quando desceu, dominei. Estava de costas pro campo adversário.
Quando fiz o giro de corpo para avançar em direção ao gol, o zagueiro, um negrão forte, com quem já tinha estabelecido um contato amigável (sempre fazia isso para não levar muita botinada), veio e travou a bola. Como dividi com um pouco mais de força, a bola espirrou por cima do pé dele e assim a felicidade sorriu pra mim.
Até que virasse o corpo para me perseguir, eu já estava chegando quase na entrada da grande área.
Como poderia me alcançar, e se isso acontecesse provavelmente me pararia com falta, decidi enfiar um canudo de fora da área mesmo. A bola entrou a meia altura, no canto esquerdo do goleiro.
Com 2x1 no placar, garantimos nossa presença na decisão final, que acabamos perdendo para o 2º Batalhão de Choque.
Um pouco mais de três anos depois, encontrei alguns policiais num evento. Ao ser apresentado a um deles e estender-lhe a mão dizendo “muito prazer”, fui surpreendido com sua informação: “Nós já nos conhecemos”. Após rápida recordação, descobri: Era Diniz, o zagueiro daquela partida.
De lá pra cá, tivemos muitas outras passagens juntos. E essa grande amizade continua a nos unir.
Esse pessoal que não vive sem futebol...
ResponderExcluirClaro que o futebol traz muita alegria e alguns ematomas também...
(risos)