Carta aberta ao governador João Doria
Foto redes sociais do governador
Excelentíssimo Senhor governador do Estado de São Paulo, João Dória. Trata-se de uma idiossincrasia dos policiais militares deste estado a incredulidade com os políticos, afinal inúmeros postulantes ao magno ofício do executivo, ao longo da nossa história recente, apelaram para o prestígio da nossa instituição e para a lealdade dos seus homens para capitanear credibilidade, sob a promessa de lhes conferir reconhecimento e valorização que se traduziriam em benefícios ao povo, compromisso facilmente atirado na vala do esquecimento.
A despeito de a minha índole compartilhar da mesma fonte, como voto de confiança, escolhi acreditar que o Senhor cumprirá a promessa de campanha de que restaurará a dignidade da classe policial, não somente pela promoção de melhores condições de trabalho mas também com a recomposição salarial. É mais sensato acreditar no Senhor, que depois de eleito renova o compromisso de concretizar esse benefício, que naqueles que se designam nossos representantes, e, insensíveis a nossa penúria, preferem o embate político, colocando em risco a conquista dos nossos interesses.
Problemas de toda ordem corroem-nos a dignidade, sentimo-nos farrapos, à medida que os anos se passam, ao ver diminuir nosso parco poder aquisitivo, enquanto a saúde física e psíquica já não permite enfrentar essa guerra fria que os políticos travam em busca de seu melhor lugar ao sol enquanto a família policial há muito vive dias nublados.
Alguns dos meus companheiros, após terem sido heróis defendendo a sociedade, agora, no crepúsculo da vida, definham sem compreender as humilhações impostas por uma nova realidade de uma aposentadoria que nem sequer lhes permite ser heróis de seus familiares. Pior, o corpo arqueja, o orgulho desfaz-se e sepulta o herói em vida. Por isso aumentou em 275% o suicídio de PMs veteranos.
Sensível a todo esse caos, o senhor certamente está cuidando dessa reparação que dignifica todo efetivo da PM paulista, ativos e inativos, mas o temor é que, em decorrência desse engodo existente entre nós, se sepulte nossa esperança, e essas manifestações equivocadas e oportunistas, que preferem o confronto autopromocional à negociação, punam toda a Instituição com o mesmo arrocho salarial promovido por seu antecessor, para que esses políticos não surfem na sua onda.
Por isso pedimos que vossa excelência se antecipe a essas manobras e estabeleça um diálogo direto conosco, pois não nos sentimos representados.
Excelente!
ResponderExcluirSe para a PM está ruim imagine para nós vigilantes?
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