segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Réveillon inesquecível em Canindé de S. Francisco/SE

Queima de fogos na virada do ano.

Sargento Lago e família ribeirinha, com a qual almoçou no dia 31.

Sargento Feitosa (e) e o sogro Jarbas (d)

Passeio no Cânion de Xingó

Abri os olhos, dei uma espreguiçada e constatei que o meu corpo estava dolorido devido a atividade intensa do dia anterior com os policiais da caatinga.

Estiquei o braço, peguei o celular e vi que estava atrasado para o passeio de catamarã, no Cânion de Xingó.

O banho frio renovou-me as forças que faltavam. Tomei café e saí.

Dos R$50,00 do ingresso, consegui 20% de desconto e fui para três horas de passeio, contemplando imagens maravilhosas, obtendo informações de um guia e com direito a uma parada para mergulho nas águas cristalinas.

No retorno, gentilmente, o sargento Feitosa foi me buscar. Aproveitou o caminho e passou no Xingó Park Hotel, luxuoso hotel, para mostrar-me esculturas de Lampião e seu bando.

Descansei um pouco no final da tarde e, após o jantar, fui para Piranhas, cidade alagoana que divide o estado com Sergipe. Lá conheci o museu do rei do cangaço, já que foi dessa cidade que veio o comandante da volante que o matou.

De retorno para o quartel onde estava hospedado, escrevi um pouco até que logo veio o sono e adormeci, nessa penúltima noite do ano.

Eram 11h00, da sexta-feira, 31 de dezembro de 2010, quando o sargento Feitosa me chamou para ir comer um peixe na beira do rio São Francisco, num povoado chamado Cajueiro. Lá reside seu sogro e família.

No trajeto, confidenciou-me que o que fortaleceu a união com a sua segunda e atual esposa, desejando inclusive ter filhos com ela, foi o fato de seus pais morarem naquele local, que se apaixonou logo ao conhecer.

Ao chegarmos, à distância, observamos sua sogra e uma das filhas lavando roupa no rio e o sogro, um pouco mais adiante, amarrando a canoa, ao retornar de seus afazeres.

Logo fui apresentado e conversamos com a intimidade de um antigo amigo.

Seu Jarbas, o sogro, contou-me um pouco da sua história e dos 32 anos naquele local, dos 58 vividos. Sua esposa apenas lembrou o nascimento dos filhos, que foi em Maceió, por falta de recursos naquele local.

Enquanto o papo se estendia, Feitosa rapidamente começou “tratar” o Cari, peixe com semelhança a um bagre. Aproveitou-se de um pneu de caminhão na beira do rio e, apoiado nele, esfregou os peixes com uma escova própria e fez a limpeza geral. Depois solicitou a André, um garoto de apenas três anos, mas com intimidade com o rio de fazer inveja e depois revelando seu talento de cantor, que levasse os peixes limpos para sua esposa cozinhar.

Enquanto o almoço era preparado, fomos à casa do vizinho de terreno, um ex-prefeito de uma cidadezinha do interior sergipano, que também é compadre do senhor Jarbas. Lá batemos um bom papo, ouvi “causos” interessantes que me fez rir muito e depois, ao grito de que o almoço estava pronto, retornamos.

Por volta das 16h00 iniciamos o último almoço do ano, que certamente será inesquecível. O arroz branquinho, a saladinha de alface, tomate e cebola, o pirão e o peixe ensopado transformaram aquela humilde casa num requintado restaurante, devido ao aroma acolhedor e elevado sabor daquele alimento.

Ainda sonolento devido ao consumo desmoderado daquele banquete, retornamos à cidade.

No caminho, apesar do susto que levamos com umas vacas que atravessaram a rua repentinamente, o que de fato empatou um pouco nosso retorno foram as muitas pessoas que o Feitosa tinha que dar atenção. Por ser muito querido, todos queriam de alguma forma prestigiá-lo, ainda assim conseguimos chegar ao quartel por volta das 19h30.

Foi o tempo de tomar um banho, jantar, descarregar as imagens da máquina fotográfica e já estava na hora de voltar para o centro da cidade.

Lá, fomos para o ginásio municipal onde haveria um show e a queima de fogos.

Quando faltava meia hora para meia noite, uma orquestra contratada pela prefeitura iniciou sua apresentação, sem nenhuma empolgação da platéia. Cantaram umas poucas músicas e o locutor iniciou a contagem regressiva.

Logo começou a queima de fogos que, apesar da disparidade de orçamento utilizado na festa do Rio de Janeiro, não ficou devendo em nada para a exigência da população local.

Com abraços, apertos de mãos e votos de felicidades, retornamos ao quartel meia hora depois, e eu já sentia o gosto saudoso de ter vivido um dos melhores réveillons da minha vida.

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