Soldado da PM de Sergipe há cinco anos, entrou quando já tinha um se apresentando em espetáculos teatrais.
Luciano trabalha no setor de relações públicas da corporação e intercala sua atividade com as artes cênicas onde têm no currículo inúmeras atuações em peças e as participações em três filmes.
Como não interessava apenas ouvir suas histórias, fui vê-lo em atividade no último sábado, no 36º Encontro Cultural de Laranjeiras/SE.
Lima pertence ao Grupo Imbuaça – nome que homenageia um artista popular, o embolador Mané Imbuaça – que é fruto de uma série de oficinas realizadas em Aracaju. Neste evento irão apresentar três histórias curtas que refletem com gracejo a condição ingênua do ser humano e seu antônimo: a esperteza.
Na encenação, se agregam desenhos e formas espaciais do teatro de rua tradicional e elementos estéticos contemporâneos. A peça aposta ainda mais no trabalho de ator – imagem soberana capaz de paralisar o fluxo nervoso dos transeuntes. E no humor jocoso, característico do personagem tipo da cultura popular: inteligente, singelo e catártico, como explica a sinopse da peça.
Cheguei por volta das 15h00 e descobri que o palco onde deveria acontecer a apresentação não havia ficado pronto a tempo e por isto foi transferida para uma quadra perto do local programado.
Logo avistei Lima entre os seus companheiros, que ficou surpreso por eu comparecer, conforme havia prometido. Apresentou-me aos seus colegas e ao diretor, explicando inclusive o trabalho que eu faria para não causar constrangimento entre os demais, por eu focar objetivamente na atuação dele.
Numa distância que não interferia, comecei gravar sua preparação. Separou suas roupas de cena cuidadosamente, fez um pouco de alongamento e começou se maquiar, contudo, sempre muito gentil e solidário, interrompia várias vezes para auxiliar uma colega para apertar um cinto, segurar um espelho ou calçar um sapato.
Enquanto as pessoas se posicionavam sentadas em semicírculo na quadra, os atores finalizavam seus preparativos.
Aproveitei os minutinhos que antecediam o início para saber se estava ansioso e obtive a confirmação: “Sempre dá um friozinho na barriga”.
Logo ao entrar em cena percebi que se tratava de um excelente ator e que levava sua arte a sério. Também mostrou excelente preparo físico, nas várias trocas de figurinos.
Ao final, com o público aplaudindo de pé, Luciano Lima apresentava o semblante visivelmente cansado, mas com a satisfação do trabalho bem sucedido. Como numa ocorrência policial, agora restava aguardar a próxima e começar sentir novamente as mesmas emoções.
Solidariedade com colegas na hora da preparação
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