sexta-feira, 2 de julho de 2010
A Polícia na TV
(*) Rogério Guidette
O mercado brasileiro está redescobrindo o poder de sedução da polícia nas produções audiovisuais.
O cinema americano já descobriu isso há muito tempo. As TVs estrangeiras têm tido lucros satisfatórios com suas produções baseadas no serviço policial. Contudo, no Brasil isso é novidade e para muitos um contra-senso.
Desde 1964 a imagem da Polícia Militar ficou associada com a Ditadura Militar e com a repressão. Embora seja um órgão repressor na medida que multa infratores de trânsito, realiza abordagens a pessoas e tantas outras atividades de fiscalização, o objetivo primário da polícia é proteger a sociedade e socorrer as pessoas em situações críticas.
Da atuação da polícia nessas crises surge um personagem único. Muitas vezes o arquétipo do herói verossímil, que começou novamente a ser explorado.
“Máquina Mortífera”, “SWAT” e “Tropa de Elite” são exemplos de uma infinidade de produções baseadas na luta do bem contra o mal, com muita ação, efeitos especiais e algumas vezes final feliz.
Por conta da imprensa e de um revanchismo ainda não curado de alguns a nossa sociedade teve que vencer 20 anos de democracia para ver no militar, especialmente o policial, uma pessoa “do bem”. Desde o saudoso e 1º seriado para a TV brasileira “Vigilante Rodoviário” não se via na telinha os homens da lei protagonizando uma série onde o policial é o mocinho e não o bandido.
Não bastasse isso esses personagens são reais. É um “Reality Show Policial”. Um fragmento de ações verdadeiras extraídas sem maquiagem ou qualquer tipo de preparação.
A estréia de “Operação de Risco” pela Rede TV e “Polícia 24h” pela Rede Bandeirantes está mudando paradigmas. Esses dois programas tomaram, desde então, posição de destaque na audiência com média de 7 pontos no IBOPE cada um, assumindo muitas vezes a liderança ou vice-liderança de audiência dessas emissoras.
A exploração pela imprensa deixou de ser a única forma na qual as pessoas veem a Polícia na TV.
Outros “Reality Shows” estão sendo preparados e o número de participações da polícia em produções de ficção tem crescido bastante, um sinal dos novos tempos. Porém, isso é só o começo. A grande virada será quando aprovarmos alguma lei que permita à Polícia e também às Forças Armadas dispor de toda a sua estrutura para as produções audiovisuais através de qualquer tipo de retribuição.
Ao contrário do que se pensa a polícia tem interesse em participar de filmes, novelas e seriados, mas a falta de legislação impede essa prática e provoca intercessões do Ministério Público por desvio de finalidade. Dessa forma, como resultado final, raramente se vê um policial de verdade em produções ficcionais.
O cenário atual indica que venceremos essa barreira e nossos diretores poderão criar cenas com todo o refinamento necessário e com os equipamentos que apenas as forças de segurança dispõem para então podermos desfrutar de toda a sedução de personagens e situações que a polícia tem sobrando e que as pessoas ainda não viram na TV brasileira.
(*) Capitão PM, trabalha no Centro de Comunicação Social da Polícia Militar do Estado de São Paulo e apresenta o programa de TV Emergência 190
Policial veterano de ROTA e jornalista diplomado, Lago também é cantor e compositor de músicas que retratam a rotina policial. Na reserva da PMESP, é o único policial a visitar todos as corporações do Brasil, com foco no cotidiano dos policiais militares, e fazer publicação literária. Lançou o livro Papa Mike – A realidade do policial militar,
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Leia: Papa Mike - A realidade do policial militar
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E chove candidato para uma vaga de polícia.
ResponderExcluirQuem será que tá ganhando com isso?
Que paulada da Holanda, né?
: (