No dia 10 de Maio deste ano completará 40 anos que foi morto o Tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo Alberto Mendes Junior, na Região de Registro, sul do Estado. Foi executado por militantes políticos que se opunham ao Governo Militar pela luta armada, sob o comando de Carlos Lamarca, desertor do Exército Brasileiro.
Sobre esse período, assisti a quase todos os filmes, li alguns livros e, mais recentemente, entrevistei dois ex-companheiros de Lamarca: Sargento Darci e Celso Lungaretti.
Embora não tenha simpatia por nenhum dos lados, com esses militantes tive a oportunidade de entender, sem o romanceado literário e do cinema, a motivação exata de seus atos.
Em alguns momentos dos relatos até senti desejo de solidarizar-me com eles. De fato eram jovens inflamados pela convicção de terem a melhor opção para o país.
O inaceitável nesse período foi a utilização da violência pelas duas partes: Militares e militantes foram cruéis.
Independente de quem estava com a razão, ambos foram responsáveis por traumas irreparáveis infligidos a muitas famílias e a história brasileira.
Também tive a oportunidade de produzir dois documentários sobre Mendes Junior. Ouvi relatos de familiares e colegas de turma da Academia do Barro Branco e fiquei comovido com os sonhos frustrados. Tanto os dele quanto os de seus pais, Alberto e Angelina, e do seu irmão Adauto.
Não poderia ter sido mais dramática a sua morte. Teve um algoz patenteado, estava com apenas 23 anos, foi no dia das mães e no dia em que ficaria noivo.
Por estar no cumprimento do seu exercício profissional de manutenção da ordem pública, o policial tornou-se símbolo de mártires que a sociedade produz todos os dias.
Como tenho o coração voltado para a minha vocação, outro dia acordei com uma canção nos ouvidos. Peguei violão, caneta e papel. Ao final estava materializado o meu...
Sobre esse período, assisti a quase todos os filmes, li alguns livros e, mais recentemente, entrevistei dois ex-companheiros de Lamarca: Sargento Darci e Celso Lungaretti.
Embora não tenha simpatia por nenhum dos lados, com esses militantes tive a oportunidade de entender, sem o romanceado literário e do cinema, a motivação exata de seus atos.
Em alguns momentos dos relatos até senti desejo de solidarizar-me com eles. De fato eram jovens inflamados pela convicção de terem a melhor opção para o país.
O inaceitável nesse período foi a utilização da violência pelas duas partes: Militares e militantes foram cruéis.
Independente de quem estava com a razão, ambos foram responsáveis por traumas irreparáveis infligidos a muitas famílias e a história brasileira.
Também tive a oportunidade de produzir dois documentários sobre Mendes Junior. Ouvi relatos de familiares e colegas de turma da Academia do Barro Branco e fiquei comovido com os sonhos frustrados. Tanto os dele quanto os de seus pais, Alberto e Angelina, e do seu irmão Adauto.
Não poderia ter sido mais dramática a sua morte. Teve um algoz patenteado, estava com apenas 23 anos, foi no dia das mães e no dia em que ficaria noivo.
Por estar no cumprimento do seu exercício profissional de manutenção da ordem pública, o policial tornou-se símbolo de mártires que a sociedade produz todos os dias.
Como tenho o coração voltado para a minha vocação, outro dia acordei com uma canção nos ouvidos. Peguei violão, caneta e papel. Ao final estava materializado o meu...
Tributo a Alberto Mendes Junior
Alberto Mendes Junior como herói tombou
E para história entrou num gesto de amor
Seu sonho tão singelo se perpetuou
Com sangue escreveu seu ato capital
Orgulho do seu pai
Enquanto a mãe espera pra almoçar
E o seu amor também espera e ele não virá...
Em seu exemplo miram-se milhões
Quebrando-se grilhões pra um novo alvorecer
A flor já não existe, mas aqui deixou
A essência pra vencer a luta contra o mal
Orgulho dos seus pais
Que o irmão não esqueceu jamais
Choram “seu” Alberto, dona Angelina, Adauto
E todos nós...
Orgulho dos seus pais
Que o seu filho não terá jamais
Porque pertence a história e agora
É de todos nós... De todos nós
Falam muito pouco sobre esse herói. Morreu tão cedo e a maioria nem se importa com sua historia. Nem na sua própria corporação...
ResponderExcluirMais triste ainda foi ler um coronel do RJ reverenciando o Lamarca.
Estava garimpando imagens do Vandré no Youtube e o encontrei como espectador do seu show (como ele está velho!!!). Acabei chegando aqui.
ResponderExcluirDeu p/ conhecer melhor seu interesse na memória da luta armada.
Creio que já passou tempo demais para mantermos posições passionais acerca de tudo aquilo. Foi uma tragédia.
Temos mais é de fazer tudo ao nosso alcance para que nunca mais os cidadãos sejam obrigados a escolher suas opções em circunstâncias tão extremas.
Gosto muito daqueles versos do Brecht: "E vós, que vireis na crista da onda em que nos afogamos/ ao criticardes nossas fraquezas,/ pensai também nos tempos sombrios de que haveis escapado./ Íamos pela luta de classes, desesperados,/ trocando mais de países que de sapatos,/ quando só havia injustiça, e não havia revolta".
Um forte abraço!
Lungaretti,
ResponderExcluirAinda hoje vemos a injustiça prevalecer,os sonhos serem sufocados e tanta gente de bem que só tem o mal pra dar.
Não podemos aceitar e muito menos ficar calados diante da fome, da violência e da injustiça. Mais do que isso, não podemos deixar de sonhar e desejar um mundo melhor.