Meu saudoso tio Goiotin já havia me alertado: Quando você se aposentar vai sonhar muito com a PM. Ele vivia me contando os seus sonhos.
Embora acreditasse no meu velho tio, não imaginava que isso seria possível. Essa noite descobri que sim.
Foram situações diversas. Lá estavam todos os meus companheiros. Brinquei saudoso com os mais íntimos, evitei os que não conseguimos nos compreender, porém sem resentimentos e também participei de uma ocorrência.
O sonho me trouxe a sensação gostosa daquilo que foi a razão da minha existência. Atuar como servidor público.
Ah! Como é bom ser útil, contribuir, participar. Embora, durante a labuta, às vezes nos sentimos cansados e questionamos se vale a pena alguns sacrifícios que fazemos.
Todas as profissões são marcantes para quem as exercem. Mas, por ter começado a trabalhar aos 10 anos de idade - embora tenha sido por pouco tempo - tive várias atividades antes de ingressar na Polícia Militar e, por isso, imagino que poucas são as que reúnem a complexidade que é ser um policial.
Acredito que até mesmo quem trabalhou por muitos anos em serviço fisicamente pesado, em condições desfavoráveis e com pouco retorno financeiro não trás as marcas que tem um policial. As suas são visíveis. As do profissional de segurança nem sempre as são.
O meu sonho de hoje reforça um outro que tenho há tempos: trabalhar pela conquista de um mundo melhor.
Ainda que as circunstâncias insistam em nos fazer acreditar que é em vão, devemos perseverar para que isso um dia possa ser uma realidade para todos nós. No pior das hipóteses, manteremos acesa dentro da gente a chama da esperança que nos garantirá essa sensação gostosa de estar fazendo a nossa parte.