quarta-feira, 22 de julho de 2009

Amizade entre Praça e Oficial

Desde que entrei para a caserna ouço alguém dizer: “Entre Oficial e Praça não existe amizade”. Se alguma Praça fosse mais próxima de um era rotulada de "puxa-saco".

Com o passar dos anos pude constatar que era apenas preconceito de alguns, querendo evitar esse contato com seus superiores.

Felizmente tive o privilégio de, ao longo dos anos, relacionar-me amigavelmente com Praças e Oficiais. Do Soldado ao Coronel.

O que preserva uma amizade é o respeito mútuo, e isso independe de hierarquia.

Mas, o que motivou escrever esse post não são meus muitos amigos policiais militares de São Paulo, que sempre estou mencionado aqui no blog. Hoje quero falar do meu amigo, Coronel da PM do Paraná, João José Ramirez Junior.

Tudo começou quando uma Soldado Feminino paranaense enviou ao Coronel Ramirez uma música minha em mp3. Ele gostou tanto que procurou saber quem eu era. Logo descobriu meu perfil no Orkut e, em seguida, o MSN. De imediato externou sua admiração pelo trabalho e começou negociar um show em Curitba. Pouco tempo depois me apresentei no Teatro Oscar Nyemaier e, menos de um ano depois, retornei para fazer o show no Teatro Guairinha.

O que marcou nessa relação foi o desprendimento do Coronel em relação a diferença hierárquica que existia entre nós. Tratou-me o tempo todo com muita distinção.

Logo que cheguei, na primeira vez que lá estive, fui recepcionado por dois policiais no aeroporto. Eles me conduziram direto para uma reunião que acontecia no Quartel do Comando Geral, para tratar da produção do show. Lá, conheci o meu anfitrião que me apresentou as demais pessoas que faziam parte daquela reunião da seguinte forma: “Lago, aqui estão o Capitão, que é o maestro, a Major, Chefe das Relações Públicas, demais Oficiais e Praças que vão cuidar da produção do seu show e eu, o Coronel, comandante. Mas, aqui você é General”. Referindo-se a liberdade que eu teria para opinar nos assuntos que ali fossem tratados.

Nossa amizade fortaleceu ao ponto de, pouco tempo depois, a seu convite, eu ir com a minha esposa passar uns dias na sua casa de praia, no litoral paranaense. Lá, novamente, ele e sua família nos receberam muito gentilmente.

Certo dia, durante minha estadia por lá, fiquei sabendo que o Sargento Isaías, da banda da PMPR e que eu mantive bom contato também, estava passando férias lá na mesma cidade. Encontramos-nos e depois fomos juntos fazer um samba na casa do Coronel. Num certo momento, à distância, observei uma conversa do Cel Ramirez com o Sgt Isáias: “Isaías, você me deixou muito feliz vindo na minha casa compartilhar esses momentos conosco”. Ou seja, ele não estava sendo gentil apenas com o Sargento que vinha de outro Estado, mas também com o de sua própria polícia.

Nesse último domingo fiz uma ligação para o meu amigo lá em Curitiba. Está se recuperando de uma cirurgia muito delicada e, logo a seguir, terá que fazer outra, para resolver de vez o problema que lhe aflige.

Ao grande amigo, Coronel Ramirez, os meus votos de melhoras. As lições que aprendi com o senhor de humildade, respeito ao próximo e generosidade estão gravadas em minha mente e no meu coração.

Saúde, bom comandante!


Na reunião: "Aqui você é general!"
Na reunião: "Aqui você é general!

Cel Ramirez e Kátia, sua esposa, após meu show no Teatro Oscar Nyemaier, em Curitiba/PR.
Cel Ramirez e Kátia, sua esposa, após meu show no Teatro Oscar Nyemaier, em Curitiba/PR.


2 comentários:

  1. GRATO... GRANDE ARTISTA AMIGO !
    Muito obrigado pelo comentário... mas nada teria acontecido se vc não merecesse minha confiança e amizade...
    temos de nos respeitar mutuamente , sempre, pois antes de tudo somos humanos e seres racionais...
    grande e fraternal abraço !
    Cel. Ramirez

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  2. Parabèns a Totodos da RT vcs sao Garandes Guerreiros. Sargento seu blog e d+

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