A primeira vez que ouvi a música Robocop, do baiano Marcelo Nova foi no blog Diário de um policial militar. Ela estava relacionada como uma música quase a favor da polícia. Não só ouvi a melodia como também li a letra, para prestar mais atenção em sua mensagem. Não consegui ver nada a favor.
Hoje recebi uma sugestão de uma amiga do Orkut para que assistisse ao vídeo da música, que foi postado no Youtube.
Mais uma vez fique prestando atenção na mensagem que a pessoa que fez o vídeo queria passar e mais uma vez fiquei sem entender essa confusão. Então decidi escrever esse post para sinalizar os absurdos que a música diz e que não perceberam, por isso estão utilizando-a para homenagear aos policiais.
No início ele diz que “fugia da escola pra ir ao cinema”. Observe que nada é dito por acaso. Está sugerindo aqui que o policial não tem intimidade com o saber, a cultura, o conhecimento.
Mais a frente diz: “eu só prendo mendigo, então pivete ou viado”, ou seja, somos fortes apenas com os mais fracos, que é o caso da criança; os desamparados, que são os mendigos; e, ainda, somos homofóbicos, indicando o preconceito contra os homossexuais.
Sugere que somos corruptos na frase “Guardo uma grana arrochada na sola do meu coturno”.
“As vezes sinto vergonha da minha corporação”. Se a corporação não é motivo de orgulho para um policial, significa que não deve ser boa.
“Eu amedronto as pessoas a quem devo proteger - Pensam que sou inimigo procuram se esconder - O meu andar assusta, o meu olhar intimida” essa seqüência desobriga qualquer explicação.
“Recebo ordens de doido, doidos por ordens da lei - Mas mesmo fora de ordem, ordens são ordens eu sei”. Quer dizer, se as ordens que recebo vem de uma pessoa insana, coitado do povo. E tem mais, embora detecte que a ordem é absurda, ele cumpre.
“Na esquina da Ipiranga onde cruza a São João - Tudo se move e acontece menos no meu coração”. Mostra um policial insensível, frio e sem sentimentos.
“Meu pai não estava careta quando sangrou minha irmã - Depois me beijou na testa, me disse até amanhã - Então sumiu do planeta nas asas de um caminhão - Mas ainda vou encontrá-lo, vou lhe dar voz de prisão” Nessa parte fica clara a desestrutura familiar. Uma pessoa com uma base dessa teria muita dificuldade psicológica para exercer a atividade policial.
Nessa parte da música não consegui detectar a mensagem, se puderem me ajudar, agradeço. “Eu chorava no quarto quando chegou a TV - Mas não disseram a verdade e nem mostraram porque - Minhas mãos banhadas de sangue, minhas mãos lavadas no horror - Pensaram que era outro filme,chamaram o patrocinador”
Mas, a frase seguinte eu entendi claramente e contraria toda ação policial. O Método Giraldi está aí para confirmar o que digo. “Por isso eu sempre atiro, que é pra depois perguntar”
Então minha gente, fica difícil aceitar essa canção como homenagem aos policiais.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Robocop não é homenagem aos policiais
Policial veterano de ROTA e jornalista diplomado, Lago também é cantor e compositor de músicas que retratam a rotina policial. Na reserva da PMESP, é o único policial a visitar todos as corporações do Brasil, com foco no cotidiano dos policiais militares, e fazer publicação literária. Lançou o livro Papa Mike – A realidade do policial militar,
Se inscreva no Canal do Youtube e acompanhe as publicações de APENAS 1 MINUTO e outros conteúdos jornalísticos e musicais produzidos pelo sargento Lago.
www.youtube.com/sargentolago
+++ CONVITES PARA PALESTRAS E EVENTOS: 11 - 9 8259 1412
E-mail: sargentolago@hotmail.com +++
Leia: Papa Mike - A realidade do policial militar
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Realmente a musica roboocop não é uma homenagem aos verdadeiros policiais!
ResponderExcluiré sim uma denuncia inconsciente do autor da musica .
De que Na corporação policial existe lobos Vestido de cordeiro!
Quanto aos policiais de verdade eles merecem muito
Mais que uma mensagem equivocada do que é ser policial.
Merece nosso eterno respeito e gratidão