sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

CAPITÃO OLIVEIRA HERÓI DO SERTÃO

Imagens inéditas do Capitão Oliveira, um guerreiro de catinga emboscado e executado em razão do seu trabalho no combate ao tráfico de drogas e crime de pistolagem.

Este documentário faz parte do Projeto Polícias Militares do Brasil, e foi realizado no sertão sergipano, em 2010, quando ele ainda era tenente.

Orgulhoso e bem humorado, apresentou os seus companheiros, em seu local de trabalho, e me deixou com a sensação gostosa de que não é a gente que escolhe a missão. A missão que nos escolhe.

Conheça o Capitão Oliveira, o herói do sertão.






No período que estive em Sergipe, em 2010. escrevi um texto sobre essa visita ao sertão e publiquei aqui no blogue com o título DEBUTANDO NO SERTÃO


Copyright © Sargento Lago




domingo, 29 de dezembro de 2019

Como atua a Polícia Militar no sertão?







Dando continuidade ao Projeto Polícias Militares do Brasil, em sua terceira edição, atendendo a convocação da missão, que tenho como ideal, estou de partida para o sertão. Pois é, enquanto todos querem praia neste verão, irei ao sertão documentar a vida severina dos nossos companheiros policiais militares e dar voz aos guerreiros esquecidos nos inóspitos terrenos do sertão nordestino.

Vou viajar no mês de janeiro, com previsão de retorno em 45 dias, “Do Vale do Jequitinhonha aos sertões baiano e sergipano”.

Como nesses locais a dificuldade de conseguir hospedagem e alimentação em quartéis é maior, vou precisar de recursos superiores ao que possuo. Por isso estou fazendo uma vaquinha virtual.

Todo valor doado é bem-vindo. 

Estou disponibilizando o meu livro Papa Mike, como contrapartida, para doações acima de R$ 50,00.

Solicito que acesse a Vaquinha Virtual por este link: http://vaka.me/841615

Conto com a sua doação e também com a sua divulgação.

Agradeço antecipadamente a sua participação

Grande abraço

Sargento Lago

domingo, 22 de dezembro de 2019

A nobreza da luta

Sargento Lago 1985 / 2019



De uma família numerosa e poucos recursos, morando na Zona Leste, periferia de São Paulo, onde a xepa da feira era um recurso a ser considerado, em tempos agudos de crise, o anseio pelo conhecimento tornou-se minha única esperança, naquele diminuto universo de oportunidades.

Essas recordações vieram a mente enquanto observava uma foto minha atual, daquelas que a gente escolhe o cenário apropriado para agregar à pose, se ajeita no melhor ângulo e clica várias vezes, pra escolher e postar nas redes sociais.

Nela não vi apenas o veterano Sargento Lago, com tantas histórias e algumas conquistas. Meus pensamentos retrocederam e enxerguei na foto a luta que teve aquele jovem policial inseguro e com carências, mas cheio de desejos de conquistas e esperançoso por alcançá-las.

Trabalhando desde cedo, numa época em que os filhos entregavam aos seus pais os envelopes fechados com os pagamentos, ao final do mês, não existia a mínima possibilidade de comprar aquela calça "boca de sino” e o sapato "plataforma", muito menos o "carrapeta", sonho de consumo dos jovens.

A única calça jeans, desbotada pelo uso e não por causa da moda - e ainda bem que era moda - já rasgada - e aí sim, nem era moda ainda - saía do corpo apenas na hora de dormir ou enquanto estava lavando. E muitas vezes o processo de secagem era abreviado com o ferro de passar roupa, em razão da necessidade de sair.

Ano após ano o desejo de ser "alguém na vida” foi motivo de resignação nos sábados melancólicos em que o consolo eram os bate-papos com os amigos com o mesmo grau de dificuldade financeira.

Ter que sufocar o desejo de uma conquista amorosa por não ter sequer uma roupa decente para o encontro era muito frustrante. Toda garota que tivesse a pele e o cabelo mais cuidados era considerada rica, logo inacessível. E, assim, foram muitas as desilusões, em amores platônicos.

Ingressei na Polícia Militar atendendo a exigência escolar mínima. Para conquistá-la, tive que bater em várias portas escolares, sem sucesso, e, por fim, conseguir por meio do “supletivo”, recurso que permitia sintetizar os três anos do ensino médio com a metade do tempo e da conquista intelectual. Mas fazia parte da regra, então utilizei-me dela.

No serviço a condição de policial me permitia conhecer muitas pessoas. Nelas buscava meu aprendizado de vida. Conversar, conversar, conversar. Dedicava-me a isto. Do velho a criança. Do mendigo ao milionário. A profissão oferecia essas oportunidades.

Nas madrugadas frias, enquanto preservava um cadáver, numa quebrada qualquer - sem ao menos um bar por perto para tomar café - quando o assunto com o parceiro esgotava, acendia um cigarro, quando ainda me permitia esse mau hábito, e - observando o pobre moribundo que tivera seus sonhos e planos encerrados com a morte - imaginava o rumo que poderia dar ao próprio destino.

Era um misto de ansiedade e força para vencer. Por isso tratei de conseguir a aprovação nos concursos para cabo e sargento. Ainda nos primeiros anos na polícia, já sentia a diferença na mudança de status, ao galgar essas promoções.

O desejo incansável na busca pelo conhecimento tornou-me humilde o suficiente para admitir ignorância e interromper conversas para solicitar explicações dos termos e conceitos que desconhecia. Assim adquiri, dentro de todas limitações que tinha, a evolução gradativa ao ponto de sequer perceber em qual momento meu linguajar foi mudando e que deixava de ser apenas um ouvinte para já conseguir estabelecer um diálogo com pessoas cujo nível intelectual era alvo da minha admiração.

Concluir o curso de jornalismo contribuiu na autoestima. Sentia orgulho ao responder qual curso frequentara. Ficava com a sensação que minha opinião ganhava credibilidade, assim adquiri convicção para emiti-las.

Todas experiências agregaram. O curso de paraquedismo trouxe o controle sobre o medo de altura e a perspectiva de dimensão, a partir da altitude, que tornava um estádio de futebol do tamanho de uma bola de gude. Ajudando concluir que a observação distanciada dos problemas pode deixá-los menor.

Utilizei-me do talento para trabalhar a composição musical e isto me mostrou ser possível viver com a realidade cruel da sociedade desigual, sem enrudecer.

E viajar, certamente, das experiências, foi a mais agregadora.

Percorrer cada estado deste imenso Brasil - trocando em miúdos as emblemáticas questões - vistas, até então, apenas pelas telas das tevês, com opiniões conceituais de quem as transmitia - proferidas com o sotaque e o vocabulário dos nativos, com liberdade para interagir com a informação, trouxe a real compreensão dos problemas longínquos que refletem nos grandes centros.

A fotografia que observava exibia a melhor imagem de um homem envelhecido, enquanto as lembranças perpetuavam o jovem vigoroso com suas fragilidades. Em comum ambas traziam o desejo pela evolução como ser humano. Do anseio por construir pontes entre o sonho e as conquistas.

Projeto em todo jovem policial que encontro nas ruas a busca pelos mesmos anseios que tive.

Em tempos de maiores oportunidades e informações, porém também do crescimento do descaso e do desrespeito ao humano, onde banalizam-se sentimentos e sonhos e que valores indisponíveis são negociados em moedas baratas, avalio que o grau de dificuldade que o recruta Sargento Lago enfrentou para galgar cada degrau no seu caminho equivale-se ao do jovem policial atual. Por isso há-se de recrudescer os ânimos e lutar com fibra e garra. Ambicionar a vitória é legítimo. Lutar por ela é nobre.



Ps: A nobreza da luta - Como o recruta tornou-se veterano (Não teve revisão)

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

MAKING OF CLIPE SENDO VOCÊ

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

# 092 QUER GASTAR MENOS?

sábado, 14 de dezembro de 2019

# 091 ALCOOLISMO