segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Polícia Militar, de Arapiraca a Penedo



Penedo tem baixo índice de violência

O quartel estava muito movimentado na última sexta-feira, 28 de janeiro. Induzia acreditar ser um dia atípico, contudo logo fui informado que assim era a rotina do 3º Batalhão de Polícia Militar, Tenente João Bezerra da Silva, em Arapiraca/AL, que tem o slogan “Guardião do agreste”.

Bem estruturado, com atividades diversas, o Batalhão tem cerca de quinhentos policiais e atende 14 cidades, sendo Arapiraca a principal, com cerca de 250 mil habitantes.

No pátio interno policiais faziam aula prática com motocicletas no ENOR – Estágio e Nivelamento de Operações com ROCAM, que tem duração de quinze dias e que desperta o interesse de militares de diversas unidades. O treinamento que realizavam reproduzia situações possíveis no policiamento.

O tenente Williames, escalado como oficial supervisor, após me apresentar ao comandante do batalhão, Tenente Coronel Sampaio, mostrou-me as dependências do quartel e as atividades desenvolvidas. Depois me levou para acompanhar seu trabalho na rua, numa viatura do Pelotão de Operações Especiais - PELOPES.

Antes, assisti a formatura de liberação do expediente dos alunos do Curso de Formação de Praças.

O antigo discurso orientando os jovens estudantes para não cometerem excessos, neste final de semana tinha motivação especial.

Na semana anterior três alunos vinham juntos para o quartel quando o carro capotou. Sobreviveu apenas o rapaz que estava na frente e usando cinto de segurança. Antonio Benedito da Silva Moura, que dirigia, e Raquel Pereira da Silva, que estava no banco de trás, foram arremessados para fora do veículo e faleceram no local.

Ainda emocionada, Sande, colega de turma de Raquel, teve dificuldades para falar. “Ela era muito alegre e determinada”, disse entre lágrimas. “Era de origem humilde e estava feliz por poder ajudar a sua família”, lembrou Alanna, outra colega.

Na rua os policias do PELOPES fizeram várias abordagens e numa delas um rapaz de 15 anos foi surpreendido com uma pequena quantidade de maconha e um dinheiro trocado que fez acreditar que estava comercializando.

A noite, o batalhão participou de uma exposição numa praça da cidade, como parte das comemorações do aniversário da PMAL, que acontece no próximo dia 3.

No dia seguinte fui para Penedo, cidade histórica que fica há cerca de 80 km de Arapiraca e 158 km de Maceió.

Entre a beleza da arquitetura barroca de prédios e igrejas, o que chamou a atenção foi o carinho das crianças com os policias militares, que trafegavam com a viatura em baixa velocidade. “E aí, beleza?”, acenou uma pequena, fazendo o sinal de positivo. Esses gestos se repetiram várias vezes e consegui registrar alguns.

Contrariando o baixo índice de violência da cidade, nesse último final de semana aconteceram várias ocorrências e em todas os policias do 11º Batalhão obtiveram êxito na solução dos casos. Entre elas, uma tentativa de homicídio e um roubo.

Aproveitei o final da tarde de sábado para observar o por sol refletido no rio São Francisco e no início da tarde de domingo retornei para Maceió.

Raquel e Moura faleceram a caminho do trabalho

Alanna e Sande: colegas ficaram abaladas

Abordagem do PELOPES em Arapiraca

Exposição comemora aniversário da PMAL

Criança acena para o PM em Penedo

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ingressou na PM aos 51 anos de idade

*Sargento Lago

Sonho realizado devido a falta de limite de idade no edital

Quando Gabriel Batista da Cruz deixou há 18 anos o Rio de Janeiro, sua terra natal, com esposa e dois filhos, para vir morar em Maceió, não imaginava que estaria dando o passo certo para a realização de um grande sonho da sua vida: Ser um policial militar.

Com 51 anos de idade e contador de profissão, Cruz guardava a frustração da juventude até que um dia sua esposa, “fiel escudeira”, como ele a define, veio trazer a notícia: Estava aberto o concurso para a PM alagoana.

Ciente que o edital não previa limite de idade animou-se, inscreveu-se, prestou o concurso, foi aprovado e hoje freqüenta o Curso de Formação de Praças.

Além das matérias teóricas, o treinamento físico é forte, as exigências disciplinares também, mas Cruz tem, como se diz na gíria do futebol, “sobrado”, que é quando um atleta joga mais do que a situação exige.

Na sala de aula seus colegas, na maioria com idade para serem seus filhos, embora reverencie sua experiência, não perdem a oportunidade para fazer brincadeiras. “Ele esteve na Segunda Guerra Mundial”, diz um. “Foi namorado da Dercy Gonçalves”, brinca o outro. Mas todos são unânimes em dizer que ele é um exemplo.

Do ponto de vista institucional, a corporação terá pouco tempo para utilizar seus serviços, já que o soldado não pode permanecer no serviço ativo com idade superior a 56 anos. “Fiquei muito triste quando soube disso, pois entendo que tenho condições de servir a Polícia Militar por pelo menos mais uns 15 anos”, lamentou o aluno. “Nós mantivemos contato com a Procuradoria Geral do Estado para que nos próximos concursos haja uma melhor avaliação para que não permita situações iguais a essa”, disse o Coronel PM Mário da Hora, diretor de ensino, referindo-se a falta de limite de idade para ingresso.

Fazendo história, já que deve ser caso inédito na história recente das PMs do Brasil, Cruz vai vivendo seu sonho dourado e aguardando o dia 21 de abril, data em que acontecerá a formatura do seu curso.

Cruz apresentando arma na revista matinal

Cel PM Mário da Hora, Diretor de Ensino da PMAL.

* Autorizada a publicação, desde que contenha a citação: "Publicado no blog do Sargento Lago"

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Trailler do PPMB - Sergipe

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Trailler do PPMB - Op. Cajazeiras - Salvador/BA

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Polícia Militar em terras alagoanas

Policiais da Rádio Patrulha escoltam torcedores

Foi um último compromisso em Aracaju, por volta das nove da manhã de quinta-feira (13), que contribuiu para que eu perdesse o ônibus com destino a Maceió. Cheguei à rodoviária às 12h37, com sete minutos de atraso.

Ainda tentei alcançá-lo na estrada, mas foi em outro, que iria para Fortaleza passando pela capital alagoana, que consegui viajar.

O contratempo provocou também o desencontro com o Sargento Wandec, da PM5, que me aguardava na rodoviária para conduzir-me à Academia de Polícia Militar Senador Arnon de Melo, onde ficarei hospedado, contudo logo o problema foi solucionado e, por volta das 19h30 já estava alojado.

No primeiro compromisso da sexta-feira, estive pela manhã no Quartel do Comando Geral e, com intermediação do Tenente Coronel Maxwell - Assessor de Comunicação, fui gentilmente recebido pelo exmo senhor Comandante Geral da Polícia Militar de Alagoas, Cel PM Dário Cesar Barros Cavalcante e pelo Sub-Cmt Geral Cel PM Luciano Antônio Silva, que me desejaram boas vindas.

No domingo fui assistir a apresentação da Banda de Música, na área de lazer da praia de Ponta Verde, no programa “Vem ver banda tocar”, projeto desenvolvido pela PMAL desde 1998.

Com repertório variado e tocando vários ritmos, a exibição da banda, que já é tradicional, era aguardada com expectativa pelo público.

Tinha pessoas de todas as faixas etárias na platéia, porém as mais entusiasmadas eram as da terceira idade, que logo nos primeiros acordes começaram ensaiar alguns movimentos ritmados e em pouco tempo já estavam ocupando todo o espaço destinado à dança.

A trilha sonora, com canções saudosistas e contemporâneas, revelou uma atração à parte, Dona Lalá, de 96 anos. Ela não parou um minuto. Segurando sua bengala horizontalmente na altura do peito, que nos picos de euforia levava acima da cabeça, se divertiu, ameaçou tirar um velhinho pra dançar e ainda se solidarizou com uma idosa que só conseguia movimentar os braços com auxílio de uma enfermeira e o incentivo da filha, segurando em sua mão e fazendo passos de dança.

No intervalo entre uma canção e outra, o maestro subtenente Lorinaldo comentou: “A banda de música contribui para a felicidade desse povo”.

Com a imagem maravilhosa do mar, a brisa que amenizava o calor e ouvindo os clássicos musicais brilhantemente interpretados pela Banda de Música da Polícia Militar, a manhã dominical em Maceió foi muito gostosa.

À tarde o compromisso foi acompanhar o policiamento no clássico envolvendo as duas equipes de maior torcida do estado: CSA x CRB.

Os torcedores do CRB se reuniram numa praça próxima a sede de sua torcida organizada Comando Alvi-Rubro e dalí caminharam cerca de quatro quilômetros até o Estádio Rei Pelé, sob escolta da Rádio Patrulha e do Policiamento de Trânsito. Segundo João Gordo, presidente da torcida, a atuação da PM nesse trajeto tem contribuído para evitar atropelamentos e atos de vandalismo.

Do outro lado da cidade, sob escolta dos policiais do BOPE, a torcida Mancha Azul também caminhava para o estádio.

Sem incidentes, as duas torcidas chegaram, foram revistadas pelo efetivo que contava com o reforço de alunos do curso de Formação de Soldados e entraram.

O forte esquema de segurança montado pela Polícia Militar inibiu a prática de delitos, conforme avaliou o comandante do CPC, tenente coronel PM Batinga, “Está tudo tranqüilo”. A mesma mensagem foi reforçada pelo tenente coronel Túlio, comandante do BOPE, “Já que tem tanta falta de diversão pública, estamos trabalhando para que as pessoas sintam-se bem”, disse.

Também satisfeitos com a atuação da corporação estavam o repórter Orlando, da rádio Gazeta e o árbitro da partida Francisco Carlos do Nascimento. “Trabalho perfeito” avaliou o cronista enquanto Chicão, como é conhecido o árbitro, disse que “Sem a Polícia Militar não tem como ter o espetáculo”.

Com uma torcida triste e outra feliz, já que a partida terminou com o placar de 2x0 em favor do Clube de Regatas Brasil, o dia terminou com os policiais retornando para as suas casas com mais uma missão cumprida com êxito, das tantas que escrevem as histórias dos nossos heróis da segurança pública.

Sargento Lago recebe boas vindas do Comandante Geral e Sub-Cmt da PMAL

Subtenente Lorinaldo é o maestro

Dona Lalá, 96 anos e muita vitalidade.

Platéia aproveita para dançar

Chicão e Orlando elogiam a PM

Atenção voltada para a torcida

Revista na entrada do estádio

Do lado externo a Cavalaria se manteve atenta.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

GETAM, cavalaria de aço da PM de Sergipe


Quando os policiais do Grupamento Especial Tático de Motos - GETAM passam pelas ruas da cidade, causam a admiração da população e o respeito dos delinqüentes em potencial.

O fato é que, embora recém criada (2009), essa nova modalidade de policiamento com motos obteve tantos bons resultados que seus integrantes já são considerados de elite na PM sergipana

Nessa última quarta-feira fui conhecer de perto o trabalho desses companheiros.

Embora já tivesse de serviço desde as 07h00, uma equipe retornou à base para que eu pudesse acompanhá-los, no início da tarde.

Orientados pelo capitão Gilmar, comandante e criador do grupo, me deram o uniforme e os equipamentos e, na garupa de uma moto, pilotada pelo soldado Andrade, saí gravando.

A equipe, comandada pelo 2º sargento Bispo Filho , tem mais dois policiais, cada um com sua moto, o cabo Joel e o soldado Valtervan, sendo que uma delas leva um garupeiro, cabo Vinícius, armado de fuzil. Nesse dia, excepcionalmente, e por questões de segurança, foi reforçado com mais um garupeiro, soldado Wesley, também armado com fuzil.

Após rápido deslocamento pelas ruas centrais, fomos nos afastando para um bairro periférico e aí começou ficar clara a vantagem das motos, quando patrulham e fazem intervenções policiais em locais onde não há acesso para viaturas convencionais ou ele é dificultoso.

Entramos numa viela de terra, viramos à direita, depois à esquerda, esquerda novamente, com manobras sempre antecedidas de gestos convencionados do comandante, saímos numa outra rua e aconteceu a primeira abordagem. Dois rapazes, pegos de surpresa com a aparição da polícia, tiveram tempo apenas de jogar algo debaixo de um carro, porém não conseguiram fazê-lo fora do alcance dos olhos do Sargento Bispo Filho, que objetivamente localizou um saco plástico com cocaína e crack e uma quantia em dinheiro.

A ação esteticamente espetacular chamou a atenção dos moradores do bairro e em poucos minutos formou-se uma grande platéia para acompanhar o trabalho dos milicianos.

Essa ocorrência tomou o tempo suficiente para que, após finalizada, recolhêssemos ao quartel.

Lá, por volta das 19h30, nos aguardava o capitão Gilmar que comentou os preceitos do GETAM que, apesar de fazer uma pilotagem de alto risco, é segura, pois tem policiais gabaritados e excelentes pilotos. Também lembrou o padrão eficiente de abordagem, que causa impacto desmotivando infratores.

Certamente vão enriquecer esse documentário, pela beleza e pela eficiência, as imagens da atuação da cavalaria de aço da PM sergipana.


Sargento Lago na garupa do soldado Andrade

Traficantes presos

Trabalho desperta curiosidade da população

Sargento Lago e equipe GETAM

Capitão Gilmar, comandante e idealizador do GETAM