É um filme emocionante, recomendo.
Uma fala em especial chamou a minha atenção, quando o coronel, voluntário para escoltar o corpo do herói até a sua cidade de origem, disse aos seus familiares: "Antes de qualquer coisa, gostaria que soubessem que, ao longo da viagem, Chance foi tratado com dignidade, respeito e honra".
O comandante se referia ao aparato que foi dispensado aos restos mortais, desde o banho, cuidado com seus pertences, até a posição em que deveria estar o corpo. E também as manifestações de solidariedade da população com a morte daquele jovem militar.
Lembrei-me que certa vez, nos anos 90, também tive uma missão parecida.
Era por volta das 21h45, de um dia rotineiro como outro. Fazia a preleção para o meu pelotão, antes de iniciarmos o serviço de policiamento no bairro de Pinheiros. De repente, ouvimos o COPOM informar uma troca de tiros próximo ao Largo de Pinheiros, com um policial que estava finalizando o seu turno.
Chegamos rapidamente ao local. O PM estava caído ao chão, ferido. Foi, inclusive, socorrido pela minha viatura ao Hospital das Clínicas.
Permanecemos no HC acompanhando a sua situação, mas no início da madrugada veio a notícia: ele havia falecido.
Também foi minha a missão de anunciar a fatalidade aos seus familiares.
O dia começava a amanhecer quando, entre os latidos dos cães, sua irmã atendeu as palmas que anunciavam nossa presença, numa casa humilde de um bairro pobre da zona sul da cidade.
O filme que acabei de assistir me fez lembrar esse episódio dolorido da minha carreira, mas o que lamento é que não pude, e ainda hoje não se pode dizer aos familiares dos policiais: O policial militar é tratado com dignidade, respeito e honra.
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