quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Devaneios de um soldado


Sou o que sou, não por seu querer, pelo contrário... Ser o que queres seria reproduzir o que és... E, se queres que seja como és, é porque desejas companhia na sua imperfeição.

Segurança privada, guardas municipais, PMs, civis, federais, não importa a bandeira, certamente o primeiro que chegar vai me tranqüilizar... Enganam-se em disputas, pelo status que perdem todos os dias, tão somente por essa porfia de querer sobrepujar... Juntos somos melhores, tanto é que escolhemos ajudar...

Dizem que eu sou sonhador e que acredito num mundo melhor, mas prefiro o sonho a viver sem esperança e ainda na pior...

As ruas estão encharcadas pelo sangue dos inocentes, o grito calado na voz dos indefesos, o coração congelado na ação dos caridosos e a fuga da vergonha presa num arame farpado.

Quem vai, quem fica, qual alma aflita se exprime nos versos das dores da vida

Aqui estou, aí estás... O tempo passa e as cores embaralham em nossas visões... Que solidão... Quisera a quimera de ver o azul – tudo azul lá na Zona Sul... E que o azul das outras zonas não seja apenas Zona Azul...

É o frio é o calor, é a dor do amor de uma mãe que perde o seu filho... Uma perde para o acaso, mas numa cidade grande, muitas perdem pra ociosidade, pro crime, pra vaidade... Mas o pior é perdê-lo pra sociedade... O filho idealista que viu na sua realidade entregar-se a uma causa que se discute a sua validade – Heróis anônimos da posteridade...

Não coma o pão da discórdia... Que seja da indignação, assim, consciente da sua contribuição... Porque, se não se pode mudar o curso da história, que tenhamos ao menos na memória os anos de glória em que pudemos protestar e não o sino que martela a consciência do calar...

Não seja Freud, nem fraude...

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