quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Onde mais está o crime organizado?


A partir de atitudes que contrarie o senso comum, não pode existir ninguém insuspeito


Onde mais está o crime organizado?


A prisão do Vice-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Luiz Carlos dos Santos, e de outros advogados suspeitos de movimentar o dinheiro do crime organizado, em São Paulo nesta terça-feira (22), além de confirmar o que já se suspeitava, acende o seguinte alerta: onde mais está o crime organizado?

Com a intenção de dominar o sistema, os criminosos decidiram, além de cooptar profissionais que trabalham nos setores de seu interesse, inserir seus membros nos setores onde facilitaria a sua atuação. E isso hoje é uma realidade.

A sociedade brasileira não poderia continuar sendo tachada de intransigente e atrasada por manifestar seu desconforto diante do que já ficou conhecido como “direito dos manos”, cenário em que o cidadão de bem nunca é protegido e a polícia sempre é criticada. Não seria justo viver estigmatizada apenas como alienada política que ainda está contaminada com os métodos da ditadura somente por levantar suspeita contra as ações dos abnegados “ativistas” que transformam infratores em vítimas e cumpridores da lei em opressores. Finalmente se desmascarou a farsa e apareceu a verdade: as leis brasileiras continuam sendo deturpadas para fortalecer os criminosos, e o poder está sendo utilizado para fragilizar as instituições.

No mundo atual, a partir de atitudes que contrariam o senso comum, não pode existir ninguém insuspeito, pois os desvios éticos assumiram proporções inimagináveis e transformam nossas frustrações em angústia e impotência. Nesse contexto desolador, torna-se imperativo reavaliarmos nossa conduta e responsabilidade perante a nação e assumirmos uma postura proativa ao depararmos com qualquer indício de favorecimentos pessoais nas diversas esferas do poder público, principalmente dos legisladores.

É importante que sejamos mais críticos em nossas avaliações para observar e denunciar qualquer pessoa, independente da atividade profissional, seja ela jurídica, eclesiástica, acadêmica, política ou qualquer outra, cuja atuação contrarie o que dela se espere. Devemos admitir que ela possa estar a serviço de interesses escusos e exigir a devida investigação.

Não podemos aceitar passivamente que criminosos presos em flagrante sejam colocados em liberdade; que leis explicitamente favoráveis a bandidos sejam aprovadas; que as autoridades policiais sejam afrontadas e colocados em xeque a partir de denúncias caluniosas.

Mas isso não basta. A vigilância deve ser minuciosa e é preciso muito cuidado com as críticas despretensiosas e gratuitas contra as instituições, pois involuntariamente os interesses do crime organizado podem estar sendo atendidos à medida que se promove o descrédito das instituições, que são a base de sustentação da sociedade.

Não vamos apoiar e ou disseminar a discórdia. A luta deve continuar, os protestos devem existir, porém jamais deveremos servir aos interesses dos fora da lei. Bandido é bandido. E lugar de bandido é na cadeia. Se ficarmos dando voz e garantindo direitos imerecidos a estes, estaremos subtraindo do povo ordeiro e trabalhador a sua garantia de viver num país melhor.

Sejamos cautelosos e atentos, até porque não sabemos onde mais está o crime organizado.

*Texto publicado originariamente na coluna do Sargento Lago no Portal Stive, de Brasília/DF.



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