terça-feira, 24 de março de 2009

Faz de conta que morri



Semana passada fomos surpreendidos com a morte do deputado federal, costureiro e apresentador de TV Clodovil Hernandez.

É bem verdade que já andava enfermo, mas a morte sempre surpreende, não tem jeito.

Foi na repercussão do acontecido que comecei refletir sobre o comportamento das pessoas em casos de falecimento.

As qualidades podem ser exaltadas, pois acaba a competitividade, o seu talento não será mais um incômodo e também não ofuscará brilhos alheios.

Os defeitos serão vistos como se tivessem sidos prejudiciais apenas para o morto.

Cada palavra ou atitude começarão merecer profundas reflexões. Sua trajetória polêmica tornar-se-á legado.

Morre um "problemático" para nascer um mito. Exemplos não nos faltam: Mamonas Assassinas, Garrincha, Derci Gonçalves, Glauber Rocha, Cazuza, Cássia Eller, Marcelo Silva entre outros. Todos bem criticados em vida e que alcançaram o status de mito (ou quase isso) pós-morte.

Foi nessa introspecção que concluí: todos nós seríamos mais felizes, se tratados como os mortos.

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