terça-feira, 28 de outubro de 2008

A lei de Gérson


Em 1976 o jogador Gérson, que esteve na seleção brasileira de futebol na conquista do título mundial de 70, no México, participou de uma propaganda de cigarros onde ele pronunciava a frase "Gosto de levar vantagem em tudo, certo?". Então, querer levar vantagem ficou conhecido como “Lei de Gérson” .

Estive em Niterói/RJ na semana passada, que por coincidência é a cidade do Gérson, e presenciei uma cena típica de quem gosta de levar vantagem de forma desonesta. Numa lanchonete que entrei para comer, alguns homens bebiam cerveja. Era final de tarde. Enquanto degustava meu lanche, reparei que uma pessoa deu um dinheiro ao garçom de forma discreta, tomando o cuidado para que o dono do estabelecimento não percebesse. Ele rapidamente colocou no bolso disfarçadamente e continuou servindo aquelas pessoas. Era uma propina para que o funcionário não computasse todas as garrafas que eles iriam consumir.

Dias depois eu estava em Angra dos Reis/RJ e vi outra situação desonesta. Aproveitando-se de que o ônibus estava praticamente vazio, o cobrador propôs a uma moça que pagasse meia passagem e descesse pela porta da frente, evitando, assim, a necessidade de rodar a catraca. Com isso ele embolsaria aquele dinheiro. Ela aceitou.

Nos dois casos mencionados a “vantagem” adquirida era pequena. Coloquei a vantagem entre aspas porque não acredito que haja qualquer lucro para quem comete esses delitos. De uma forma ou de outra ele pagará por essa atitude. Às vezes, em preços altíssimos.

Confesso que não consigo entender o que motiva os autores de pequenos delitos. Fica mais fácil entender a motivação dos grandes, embora ambos sejam atrasos de vida.

Por incrível que pareça, esse desvio de conduta é mais comum que a gente pensa. Acontece no dia a dia. No trabalho, por exemplo, sempre tem aquela pessoa que é conhecida por atitudes desonestas. Compra um número de rifa e não paga; participa das “vaquinhas” pra comprar o lanche da tarde, mas nunca comparece com a sua parte; vai ao happy hour e não paga nada. Se os pedidos são feitos e anotados nas comandas, nunca pede nada na sua e fica bebendo no pedido dos outros etc.

O pior de tudo isso é que geralmente são pessoas que gozam de boa reputação entre seus colegas e, numa oportunidade que têm para confirmarem ser dignas de confiança, jogam tudo fora em troca de alguma vantagem. Estragam suas histórias por causa da maldita “Lei de Gérson”

sábado, 11 de outubro de 2008

Como nasce uma idéia



Era o ano de 2001. Eu morava num apartamento na Rua Duarte de Azevedo, em Santana, Zona Norte de São Paulo. Tinha acabado de comprar uma web cam. A novidade me conduziu a fazer várias experiências para conhecer o equipamento. Logo, descobri que, além de mostrar imagens em movimento, servia também para fazer fotografias.


Cada dia fazia uma coisa diferente com meu equipamento novo. Uma delas foi vestir um sobretudo, colocar o boné do “De Policia”, que eu utilizava nos shows, e comecei fazer poses com um violão, apontando-o em direção a câmera. Olhando pelo monitor do micro, vi que deu um efeito legal. O violão parecia uma arma. Logo pensei.. Hummm seria uma boa idéia para a capa de um CD.


Guardei essa foto por anos. Deveria ter deletado, já que a sua qualidade era ruim, mas deixei para servir como referência. Sabia que um dia usaria a sugestão, só não sabia quando.


Em 2007, quando comecei fazer as fotos para o CD Profissão Coragem eu já sabia o que queria. Levei o violão ao estúdio do fotógrafo Moura e fizemos vários cliques. O resultado deu no que deu... Recebo muitos elogios pela concepção da capa. Afinal, o violão é a minha arma.