sábado, 7 de fevereiro de 2009

Pra não dizer que não falei da polícia – Crítica

Crítica

Gilberto Amendola – Jornal da Tarde

Pra não dizer que não falei da polícia


Profissão Coragem, o CD do sargento Lago, não é confortável de se ouvir. Não porque seja ruim. Nada disso. Lago tem uma voz ‘ok’ e a produção é bem caprichada. Além disso, artistas de peso participaram do projeto, como Dominguinhos, Benito di Paula, Jair Rodrigues, Marcinho Art, o grupo Planta e Raiz e outros. O principal arranjador do disco é Pelezinho, nome conhecido no mundo do pagode.

O que incomoda o ouvinte civil (que não é policial ou parente de um) é o discurso pró-policia. É como se Lago subvertesse a música de protesto dos anos 60/70 e do rap dos dias atuais. Em vez de crítica, elogios ao aparato policial. Isso é um problema? Talvez não. Mas, convenhamos, é um preconceito difícil de se vencer.


O teste de fogo é a versão de Pra não dizer que não falei das flores. Nem adianta dizer do estranhamento de ouvir um policial cantando um dos hinos da esquerda contra a ditadura militar. O próprio Vandré, arredio a homenagens, gostou da versão.

O rap PM Bom de Bola deve doer no ouvido dos manos. A faixa parece feita por um Marcelo D2 careta e deslocado. Não cola. Sou Gambé, com a participação do planta e Raiz, pega pesado no verso “Eu sou corintiano, mas não sou maconheiro/Eu curto Bob Marley, mas não sou maconheiro...”

Em Soldado Se Queira, chama atenção a história de um policial que cai na bebida e nas drogas: “Seus planos agora foram esquecidos/Diluiu pelo ralo o que era pros filhos/Ganhou eloqüência pelo grau etílico/Mas sem o bom senso ficou tão ridículo...”

Uma curiosidade sobre o disco é como Lago conheceu o principal arranjador do seu trabalho, o Pelezinho: durante uma batida policial. “Foi uma coisa de rotina. Na hora, reconheci o cara.”

- Publicado no Jornal da Tarde de 4/2/09

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Sargento Lago no programa da Sonia Abrão

Nessa sexta-feira, 6/2/09, serei o entrevistado da jornalista Sonia Abrão, no programa "A tarde é sua", a partir das 14hs, na Rede TV . Falarei da minha carreira de policial e cantor e também cantarei algumas canções.


Infelizmente o programa não foi ao vivo, conforme a produção me garantiu que seria. Foi gravado e passará na semana que vem.

PS. Foi ao ar na terça-feira, 10/2/09.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Ano novo, tudo novo.


Chegamos ao final de 2008. Foi um ano de conquistas muito importantes.

Após longos cinco anos, finalizei e lancei em setembro o CD Profissão Coragem, que contou com a participações de muitos amigos, entre eles: Capitão Rivaldo, Benito di Paula, Jair Rodrigues, Dominguinhos, Adryana Ribeiro, Patrícia Coelho, Planta e Raiz e Marcinho do Art Popular.

Houve um coquetel de lançamento no Espaço Metrópole Café, no centro da cidade e um show no Lua Nova Arte e Bar, no Bixiga.

Mas, o maior acontecimento desse ano ainda estava por acontecer. No dia 10 de outubro comecei usufruir os três meses que tenho direito de Licença Prêmio (benefício concedido aos policiais militares a cada cinco anos de serviço, em substituição ao Fundo de Garantia).

Quando vencer esse período em janeiro, darei início ao gozo de trinta dias de férias. E, finalmente, por volta do dia 10 ou 12 de fevereiro de 2009, ingressarei o meu pedido de passagem para a inatividade. Ou seja, em fevereiro de 2009 já serei um policial aposentado.

As mudanças já começaram pelo visual. Desde outubro que não corto os cabelos e apenas aparo a barba. Era um antigo desejo (a maioria dos militares deseja o mesmo). Apenas não sei por quanto tempo.

Em substituição as muitas atividades que exerci durante o período ativo, pretendo me ocupar em terminar de escrever o livro Rota dos Destinos, produzir alguns documentários e fazer muita música. Darei continuidade ao trabalho musical.

Outro projeto, aliás, um dos primeiros: viajar muito. Pretendo conhecer o Norte do Brasil e a Europa. Não necessariamente nessa ordem.

Também pretendo fazer um show cantando apenas músicas do Geraldo Vandré. Vou iniciar contatos pra viabilizar.

Agradeço a Deus por me permitir chegar a esse momento. Estou muito feliz e com a sensação do dever cumprido. Agora, pretendo ser dedicado nessa próxima fase, como fui na anterior.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Procura-se companheiro para viagem


Em fevereiro de 2009 passarei para a inatividade, após 30 anos de serviço. Com isso, terei disponibilidade para cumprir um desejo que trago comigo há anos. Conhecer o Norte do Brasil.

Já iniciei o roteiro que pretendo fazer e estou fazendo anotações necessárias para que eu consiga, no menor prazo possível, conhecer mais lugares.

Vou aproveitar também para conhecer nossas polícias, suas características e realidades.

Pretendo sair de São Paulo e, no caminho, passar por Mato Grosso, depois chegar a Rondônia, Acre, Amazônia, Pará e entrar no Nordeste pelo Maranhão e depois chegar ao Piauí.

Vou unir o útil ao agradável. Enriquecer meus conhecimentos para fazer minhas canções e aproveitar para gravar em vídeo material para um possível documentário.

Já estava definido que faria esse trajeto sozinho, porém, acho que se tiver um companheiro (que também seja policial) com disponibilidade e o mesmo espírito aventureiro, a viagem pode ficar bem mais interessante, principalmente no quesito segurança.

Tái, se aparecer algum interessado, podemos ver se rola uma parceria pra essa viagem, caso contrário, se Deus permitir, na segunda quinzena de fevereiro de 2009 coloco a mochila nas costas e vou conhecer o Norte.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Amizade não tem preço?



Estava olhando alguns adolescentes na porta do Colégio da Polícia Militar, aqui em São Paulo, em conversas animadas, mas ao mesmo tempo em tom de nostalgia. Estava acabando o ano letivo e, com isso, ficariam distantes no período das férias escolares. Alguns iriam para a faculdade e, possivelmente, não se encontrariam mais. Então, meus pensamentos viajaram no tempo e me recordei de alguns colegas que tive ao longo da vida, nas escolas, nos quartéis e vizinhos, que nunca mais tive notícias.

Dizem que amizade não tem preço. Eu também acredito nisso. Mas soube de um fato recentemente onde uma pessoa, que até goza (va) de algum prestígio entre seus pares, que, no intuito de ser mais esperto que os outros, começou praticar pequenos golpes. Coisa simples, vender gato por lebre. Fez algumas vítimas, ganhou alguns míseros trocados, mas deu uma bica na sua trajetória de vida.

O tempo passa, as recordações ficam... Vez e outra nos lembramos daqueles colegas que nunca mais reencontramos, mas que deixaram boas recordações. Contudo, tem gente que opta por deixar a sua imagem de “Bon Vivant”. Todo mundo é trouxa, só ele que é esperto. Coitado...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Justiça Social

Tem um ditado antigo na caserna, entre tantos outros, que diz o seguinte: “Soldado de folga no quartel quer serviço”. Mas, confesso que após 4 meses em casa – entre férias e Licença Prêmio – comemorei ao receber uma ligação do quartel solicitando uma canção para ser utilizada em trabalho institucional, com base na Campanha da Fraternidade de 2009, que tem como tema “Fraternidade e Segurança Pública” e como lema: “ A paz é fruto da justiça”

Refletindo sobre o assunto, concluí em minha composição que os esforços dos órgãos de segurança – tão criticados – seriam bastante facilitados se houvesse justiça social.


Justiça trás paz



A gente só quer ver a paz reinar

Sem parar, queremos o seu bem estar

A luta do bem vai vencer o mal

O que trás a paz é justiça social

Se tudo está no seu lugar

Eu vou apenas trabalhar

Pra garantir o que já está

xxxxxxxx



Não deixe que falte o pão

Não deixe que falte carinho

Não deixe que falte união

Não deixe que falte escola

E nós protegemos sua hora

Justiça trás paz meu irmão