De: karras
Para: samueldolago@uol.com.br
Cc: CARLOS MARANHAO
Data: 17/08/2002 16:01
Assunto:
CARO SAMUEL
Eu li seu e-mail e antes de mais nada quero parabenizá-lo pela resposta. Na crônica, em momento algum eu citei qualquer uma de suas características pessoais, nem algum dado que pudesse identificá-lo. Assim sendo, a coragem em se revelar merece, desde já, meus cumprimentos.
De fato, ao ler a crônica, você deve ter notado que sou bastante solidário ao trabalho da polícia. Continuo achando que falta a todos os policiais um bom plano de carreira, e que os salários são baixos, principalmente em função dos riscos que todos vocês passam diariamente.
Foi justamente por acreditar que vocês, policiais, merecem a solidariedade da população, que escrevi essa crônica. A atitude de qualquer pessoa no cotidiano, cada pequeno gesto, às vezes é mais importante para construir uma imagem do que, muitas vezes, os grandes atos. Acredito firmemente que você não teve má intenção. Mas também acredito que teria sido mais correto você ter perguntado o preço do trabalho. Certamente, o garoto teria dito que não era nada. Mas todos nós teríamos nos sentido muito melhor.
Entretanto, ninguém é perfeito. Você mesmo explicou que estava em um dia terrível. E eu sou, sim, do tipo que mete o nariz onde não é chamado. Ou então, como poderia ser escritor?
Não poderia deixar de respeitar sua atitude, ao me escrever. Foi um gesto bonito e admirável em um mundo onde a maior parte das pessoas evita admitir qualquer problema. Parabéns!
UM FORTE ABRAÇO
WALCYR CARRASCO
PS - Por falar nisso, você tem jeito pra escrever. Porque não usa algumas horas livres e escreve suas memórias como policial? Pode ser bem bacana.
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