segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A desconfiança mineira




Capitão Warley, da Comunicação Social

Cabo Aurélio e Ten Coronel Alex

Cheguei a Belo Horizonte no domingo, dia 30 /10, após uma noite de viagem, vindo de Caldas Novas/GO.

Diferente da maioria dos lugares por onde estive, embora muito bem recebido, tive uma recepção formal.

Na visita a Cidade Administrativa, onde fica o Comandante Geral e seu Estado Maior, fui recebido pelo Capitão Warley, da PM5, que atenciosamente me mostrou cada Seção, exibiu alguns vídeos institucionais e me forneceu impressos de divulgação institucional. Também agendou visitas para eu ir as Unidades.

Sobre a minha solicitação de fotografar o comandante, apenas recebi a notícia, sem nenhuma explicação, que não seria possível.

Nos dias a seguir, aproveitei para conversar com diversos policiais que fui encontrando pelo caminho para saber mais sobre o cotidiano da PM mineira.

Na quinta-feira pela manhã estive no 5º Batalhão. Lá conversei demoradamente com o Cabo Aurélio, da Comunicação Social, que acabou sendo o personagem principal da minha visita, em razão da sua desenvoltura para falar sobre o cotidiano do quartel.

De boa conversa e emendando um assunto no outro, Aurélio me ajudou entender um pouco da recepção que tive: “O mineiro sempre foi desconfiado”, disse.

No Batalhão de Polícia de Eventos, conversei com o comandante da Unidade, Tenente Coronel Alex, que me prestou um atendimento diferenciado, com boa explanação dos seus estudos e pesquisas de polícia, demonstrando excelente preparo para exercer o seu trabalho.

Agradecido pelas hospedagens nos hotéis de trânsito dos clubes dos Oficiais e dos Cabos e Soldados, segui de trem, no dia 5/11, 07h00, para Vitória/ES.

Policiais mineiros
Seguindo de trem para Vitória/ES


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

PMGO: Vivendo a transição



Comunicação Social da PMGO: Alto nível intelectual

A chegada a Goiás, no dia 24 de outubro, foi cercada de expectativas da minha parte, por ser a única Capital do país que ainda não conhecia. Também por ter um grande amigo, o Soldado Robson Niedson, e por ter recebido uma comenda da PM Goiana em razão do trabalho musical que realizo.

Já tinha muitas informações da corporação por utilizarem com muita qualidade a internet. Aliás, foi pela internet que recebi uma mensagem imperativa - no Facebook - de um policial goiano: “Você tem que conhecer o Pé na Cova”. E de outro: “Tem que passar pelo Entorno de Brasília”. Essa eu não atendi em razão de já estar em Goiânia e ter que retornar para conhecer o Entorno, mas confesso que lamentei, pois gostaria de ter ido lá, já que soube que a realidade  que vivem naquela região é bem precária. Mas o “Pé na Cova”, em razão da distância, conheci.

Policial Militar, preparando-se para aposentar, o Sargento Edson, que sobre o apelido explicou apenas que “todo mundo tem um apelido”, é para alguns, conforme li num comentário também na internet, uma “lenda viva”.

Inteligente, bem articulado, com firmeza e clareza nas palavras e irônico em alguns momentos, relatou sua trajetória na PM como “policial de rua”, trabalhando na ROTAM (Ronda Ostensiva Tática Metropolitana).

Sem entrar em detalhes das ocorrências, mas sempre enfatizando a legalidade das ações, disse que viveu ao longo dos anos a experiência de diversos confrontos com marginais, resultando vítimas fatais.

Também mostrou as armas que utiliza e falou da sua vida pessoal e o fracasso na vida sentimental.

Outra entrevista que também pode ser considerada polêmica foi com o Subtenente Theodoro, que trabalha na Guarda do 1º Batalhão e que nas horas de folga é cantor de rap.

Com discurso semelhante aos utilizados pelos “manos” e com o corpo cheio de tatuagens, Theodoro foge do biótipo do policial para assemelhar-se ao movimento Hip Hop. Chegou a emocionar-se ao falar da periferia, onde vive até hoje.

Contudo, o que ficou evidenciado em Goiás é a transição em que vive a corporação com a filosofia de polícia comunitária e o respeito aos diretos humanos.

O ingresso exige a graduação em curso superior e hoje grande parte do efetivo tem um alto nível intelectual, encontrando inclusive quem tenha até três pós graduações.

Constatei essa realidade na visita que fiz ao setor de Comunicação Social, onde o perfil era bem elevado. Exemplo disso é o Soldado Ricardo Santos, de 27 anos, que além de sociólogo, cientista político e antropólogo é acadêmico de direito e fluente nas línguas inglesa e francesa.

Constatei também que o Estado tem cerca de seis colégios militares com ótimo desempenho.
A Fundação Tiradentes, mantida com a mensalidade dos PMs, oferece uma excelente academia de fitness, com equipamentos modernos e orientação de professores.

Percebi o esforço da corporação com o intuito de recuperar a auto-estima da tropa, abalada recentemente com a prisão de diversos policiais, na operação “6º Mandamento”, que é o “Não Matarás”, da Polícia Federal. Também em solidificar a credibilidade junto à sociedade dando as respostas devidas a opinião pública, conforme disse o Tenente Coronel Alvez, assessor de comunicação social:  “Se nós queremos conquistar um espaço devemos ganhar a confiança daquele a quem o nosso trabalho é prestado; e só se ganha confiança com transparência”.

Pra finalizar tive uma conversa com o comandante da Academia de Polícia Militar, que me falou sobre aquela instituição de ensino e um pouco da sua vida pessoal e de suas paixões. Uma delas o violão que, atendendo o meu pedido, pegou e tocou uma canção do Zé Ramalho, um de seus artistas favoritos.

Depois segui para Rio Quente e fiquei hospedado no confortável Hotel Águas da Serra, local onde pude recuperar minhas energias, após 12 meses de viagens pelo país. Foram apenas duas noites, mas saí de lá renovado.

No dia 29, fui para Caldas Novas, onde tem a sede do 26º Batalhão e lá fui recebido pelo Major Silveira, subcomandante da Unidade, que, embora fosse um sábado, fez questão de comparecer ao quartel para apresentar o bom trabalho que realizam naquele local.

No início da noite, as 19h30, viajei para Belo Horizonte. 

Cel Nonato, Comandante Geral da PM de Goiás

Sargento Edson: "Pé na Cova"

Policiais de Caldas Novas: 26º Batalhão

Comandante da Academia de Oficiais: Fã de Zé Ramalho

Subtenente Theodoro: Rapper

Soldado Robson Niedson: Referência nacional na blogosfera policial

Apoio Cultural: